SZ:39 – Dasein e questão do sentido do ser

Castilho

A pergunta pelo sentido do ser é a mais universal e a mais vazia; mas, ao mesmo tempo, ela contém a possibilidade de sua mais extrema individualização no Dasein que cada vez a faz 1. Para a obtenção do conceito-fundamental “ser” e do prévio-delineamento da conceituação ontológica por ele requerida e de [131] suas necessárias modificações, um fio condutor concreto se faz necessário. A universalidade do conceito de ser não colide com a “especialidade” da investigação, isto é, com o fato de se avançar para ele no caminho de uma interpretação especial de um ente determinado, o Dasein, na qual se deve obter o horizonte para o entendimento e a possível interpretação de ser. Mas esse ente ele mesmo é histórico em si, de tal modo que a elucidação ontológica mais própria desse ente se torna necessariamente uma interpretação de conhecimento-“histórico”. [STCastilho:131-132]

Schuback

A questão sobre o sentido de ser é a mais universal e a mais vazia; entretanto, ela abriga igualmente a possibilidade de sua mais aguda singularização em cada presença. É necessário um fio condutor concreto a fim de se obter o conceito fundamental de “ser” e de se delinear a conceituação ontológica por ele exigida, bem como suas derivações necessárias. A universalidade do conceito de ser não contradiz a “especialidade” da investigação, qual seja, a de encaminhar-se, seguindo a interpretação especial de um ente determinado, a presença. É na presença que se há de encontrar o horizonte para a compreensão e possível interpretação do ser. Em si mesma, porém, a presença é “histórica”, de maneira que o esclarecimento ontõlógico próprio deste ente torna-se sempre e necessariamente uma interpretação “referida a fatos históricos”. [STSchuback:79]

Rivera

La pregunta por el sentido del ser es la más universal y la más vacía; pero también implica la posibilidad de la más radical individuación en el Dasein singular3. La adquisición del concepto fundamental de “ser” y el bosquejo del aparato conceptual ontológico requerido por él y de sus necesarias modalidades, precisan de un hilo conductor concreto. La universalidad del concepto de ser no se opone a la “especialidad” de la investigación —e.d. no se opone a que nos acerquemos a ese concepto por la vía de la intepretación específica de un ente determinado, el Dasein, que es donde deberá alcanzarse el horizonte para la comprensión y la posible interpretación del ser. Pero, este ente es en sí mismo “histórico” [“geschichtlich”], de tal manera que su aclaración ontológica más propia habrá de convertirse necesariamente en una interpretación “historiológica” [“historisch”]. [STRivera:62]

Vezin

La question du sens de être est la plus universelle et la plus vide; mais il y a en même temps en elle la possibilité de sa plus stricte individualisation, le Dasein la faisant chaque fois siennea. Pour atteindre le concept fondamental d’« être », pour agencer d’avance l’appareil de concepts ontologiques que cela requiert avec ses nécessaires transpositions, on a besoin de se tracer une ligne de conduite concrète. L’universalité du concept d’être n’a rien d’incompatible avec la « spécialité » de la recherche — c’est-à-dire que pour pénétrer jusqu’à lui la recherche aura à en passer par l’interprétation spéciale d’un étant déterminé, le Dasein, en quoi elle atteindra l’horizon de l’entente de l’être et de sa possible explicitation. Mais cet étant est lui-même en soi « historial » si bien que, pour mettre un tel étant dans l’éclairage ontologique le plus approprié, l’interprétation prendra nécessairement un tour « historisant ». [ETVezin:66]

Macquarrie

The question of the meaning of Being is the most universal and the emptiest of questions, but at the same time it is possible to individualize it very precisely for any particular Dasein. If we are to arrive at the basic concept of ‘Being’ and to outline the ontological conceptions which it requires and the variations which it necessarily undergoes, we need a clue which is concrete. We shall proceed towards the concept of Being by way of an Interpretation of a certain special entity, Dasein, in which we shall arrive at the horizon for the understanding of Being and for the possibility of interpreting it; the universality of the concept of Being is not belied by the relatively ‘special’ character of our investigation. But this very entity, Dasein, is in itself ‘historical’, so that its ownmost ontological elucidation necessarily becomes an ‘historiological’ Interpretation. [BTMR:62]

Original

Die Frage nach dem Sinn des Seins ist die universalste und leerste; in ihr liegt aber zugleich die Möglichkeit ihrer eigenen schärfsten Vereinzelung auf das jeweilige Dasein. Die Gewinnung des Grundbegriffes »Sein« und die Vorzeichnung der von ihm geforderten ontologischen Begrifflichkeit und ihrer notwendigen Abwandlungen bedürfen eines konkreten Leitfadens. Der Universalität des Begriffes von Sein widerstreitet nicht die »Spezialität« der Untersuchung — d. h. das Vordringen zu ihm auf dem Wege einer speziellen Interpretation eines bestimmten Seienden, des Daseins, darin der Horizont für Verständnis und mögliche Auslegung von Sein gewonnen werden soll. Dieses Seiende selbst aber ist in sich »geschichtlich«, so daß die eigenste ontologische Durchleuchtung dieses Seienden notwendig zu einer »historischen« Interpretation wird. [SZ:39]

  1. NH a: propriamente: execução da instância no “aí”.[]