SZ:296-298 – Entschlossenheit – decisão – resolución – resoluteness

Schuback

A abertura da presença subsistente no querer-ter-consciência é constituída, portanto, pela disposição da angústia, pela compreensão enquanto projetar-se para o ser e estar em dívida mais próprio e pela fala enquanto silenciosidade. Chamamos de decisão essa abertura privilegiada e própria, testemunhada pela consciência na própria presença, ou seja, o projetar-se silencioso e pronto a angustiar-se para o ser e estar em dívida mais próprio.

A decisão é um modo privilegiado de abertura da presença. A abertura já foi1 interpretada, existencialmente, como verdade originária. Primariamente, esta não é, em absoluto, uma qualidade do “juízo” e nem tampouco de um determinado comportamento, mas um constitutivo essencial do ser-no-mundo. Verdade deve ser concebida como um existencial fundamental. O esclarecimento ontológico da sentença: “a presença é e está na verdade” mostrou a abertura originária desse ente na verdade da existência e, no tocante à sua delimitação, remeteu à análise da propriedade da presença2.

Com a decisão conquistamos, agora, a verdade mais originária da presença porque a mais própria. A abertura do pre abre, cada vez de modo igualmente originário, a totalidade do ser-no-mundo, ou seja, o mundo, o ser-em e o si-mesmo que esse ente é enquanto “eu sou”. Com a abertura do mundo, sempre já se descobriram entes (378) intramundanos. A descoberta do que está à mão e do que é simplesmente dado funda-se na abertura de mundo3; pois a liberação do todo conjuntural de qualquer manual exige um pre-compreender da significância. Compreendendo-a, a presença ocupada numa circunvisão remete para o que vem ao encontro da mão. O compreender da significância como abertura de cada mundo funda-se, assim, no compreender em virtude de… a que está remetida toda descoberta da totalidade conjuntural. O abrigo, a manutenção, o abandono de suas funções são possibilidades constantes e imediatas da presença para as quais esse ente, em que está em jogo seu ser, sempre já se projetou. Lançada em seu “pre”, a presença já está sempre faticamente remetida a um “mundo” determinado, o seu. Junto com ele, os projetos são faticamente conduzidos da perdição nas ocupações para o impessoal. Essa perdição pode ser interpelada pelo próprio de cada presença, e a interpelação pode ser compreendida no modo da decisão. Essa abertura própria, porém, modifica, de forma igualmente originária, a descoberta do “mundo” e a abertura da co-presença dos outros nela fundada. Quanto a seu “conteúdo”, o “mundo” à mão não se torna um outro mundo, o círculo dos outros não se modifica, embora, agora, o ser-para o que está à mão, no modo de compreender e ocupar-se, e o ser-com da preocupação com os outros sejam determinados a partir de seu poder-ser mais próprio. (p. 378-379)

Rivera

Macquarrie & Robinson

Original

  1. Cf. § 44, p. 282s.[↩]
  2. Cf. idem, p. 292.[↩]
  3. Cf. § 18, p. 133s.[↩]
  4. “…resolución…”: en alemán, Entschlossenheit (destacado en el texto original). En realidad, la palabra alemana se refiere a un estado de resolución, a una condición que se logra mediante el acto resolutorio. Esa condición es al mismo tiempo un modo de aperturidad de la existencia propia. La palabra Entschlossenheit, emparentada con Erschlossenheit (aperturidad), alude también al estar abierto. Más adelante Heidegger se referirá a esta relación de la Entschlossenheit con la apertura.[↩]
  5. Cf. § 44, p. 233 ss.[↩]
  6. Cf. loc. cit., p. 242.[↩]
  7. Cf. § 18, p. 109 ss.[↩]
  8. The etymological connection between ‘Entschlossenheit’ (‘resoluteness’) and ‘Erschlossenheit’ (‘disclosedness’) is not to be overlooked.[↩]
  9. ‘Die Erschlossenheit des Da erschliesst gleichursprünglich das je ganze In-der-Welt-sein, das heisst die Welt, das In-Sein und das Selbst, das alsich bin” dieses Seiende ist.’ It is not clear grammatically whether ‘dieses Seiende’ or the pronoun ‘das’ is the subject of the final clause, or whether ‘this entity’ is ‘Dasein’ or ‘Being-in’. The grammatical function of the ‘alsich bin” ’ is also doubtful. In support of our interpretation, consult H. 54, 114, 117, 267.[↩]
  10. ‘Das Umwillen des Unterkommens, des Unterhalts, des Fortkommens sind nächste und ständige Möglichkeiten des Daseins . .[↩]
  11. Vgl. § 44, S. 212 ff.[↩]
  12. Vgl. a. a. O. S. 221.[↩]
  13. Vgl. § 18, S. 83 ff.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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