SZ (STMS) – ocupação tempo

A ocupação que conta e controla na circunvisão descobre, de início, o tempo, e leva à elaboração de uma contagem do tempo. STMS: ET66

Contando com seu tempo, o descobrir da circunvisão nas ocupações deixa vir ao encontro no tempo o manual e o ser simplesmente dado descobertos. STMS: ET66

Esse tempo é, assim, compreendido, embora de maneira não temática, em cada ocupação, como “lapso de tempo”. STMS: ET79

De um modo ou de outro, a ocupação que aguarda, retém e atualiza “deixa para si mesma” tempo e se dá tempo, ocupando-se, mesmo que prescinda de toda determinação temporal e, sobretudo, de todo cálculo específico do tempo. STMS: ET79

Em cada modo de se deixar tempo nas ocupações, a datação do tempo parte de tudo aquilo de que, em cada momento, se ocupa no mundo circundante. STMS: ET79

Toda vez que a presença (Dasein) se empenha, aguardando as ocupações ou se esquecendo de si por não aguardar a si mesma, o seu tempo, aquele que ela se “deixa”, também fica encoberto nesse modo de “deixar”. STMS: ET79

O modo pelo qual o tempo “dado” “decorre” e a espécie de indicação em que a ocupação se dá tempo, de forma mais ou menos explícita, só podem ser explicitados fenomenalmente de maneira adequada caso, por um lado, se afaste a “representação” teórica de um fluxo contínuo de agora e, por outro, se conceba que os modos possíveis em que a presença (Dasein) se dá e se deixa tempo devem ser, primordialmente, determinados de acordo com a maneira em que a presença (Dasein) “tem” seu tempo, em correspondência a cada existência singular. STMS: ET79

Perdendo-se na ocupação de múltiplos afazeres, o indeciso perde seu tempo. STMS: ET79

Nas ocupações, ela aproveita o tempo que “dá a si mesma” e com o qual impessoalmente se conta. STMS: ET79

O que se pretendia era compreender, provisoriamente, como a presença (Dasein), fundada na temporalidade, se ocupa do tempo em sua existência e como este se torna público para o ser-no-mundo na interpretação das ocupações. STMS: ET80

E isso já para esclarecer que a essência da ocupação do tempo não reside na aplicação de determinações quantitativas de datas. STMS: ET80

Aguardando a possibilidade de visão dentro da circunvisão das ocupações, a presença (Dasein) compreende-se a partir de seus trabalhos diários, no “então, quando amanhecer” e, assim, ela dá a si mesma o seu tempo. STMS: ET80

Antes de se caracterizar ontológica e existencialmente as principais etapas na formação da contagem do tempo e do uso do relógio, deve-se primeiro caracterizar, de modo mais completo, o tempo ocupado na medição do tempo. STMS: ET80

Se é a medição temporal que “propriamente” torna público o tempo ocupado, então, em consequência da maneira como se mostra nas “contas” dessa datação o que se data, deve-se desvelar fenomenalmente o tempo público. STMS: ET80

A atualização que aguarda e retém, inerente à ocupação, compreende o tempo, remetendo ao para quê, o qual, por sua vez, encontra-se, em última instância, solidamente ligado ao em virtude de que a presença (Dasein) pode ser. STMS: ET80

Em todo caso, somente agora é que se pode caracterizar, de forma plenamente estrutural, o mundo das ocupações: o mundo das ocupações é datável, se dá num lapso de tempo, é público e, por ser assim estruturado, pertence ao próprio mundo. STMS: ET80

Mas por que sempre encontramos o tempo na posição ocupada pelas sombras sobre o quadrante numerado? O tempo em si mesmo não é a sombra, nem o quadrante dividido e muito menos a relação espacial entre ambos. STMS: ET80

É por isso que, em sua possibilidade de datação, o tempo ocupado na temporalidade da presença (Dasein) está sempre ligado a um lugar da presença (Dasein). STMS: ET80

Não é o tempo que se acopla ao espaço, mas o “espaço”, que se presume como o que acopla, só vem ao encontro com base na temporalidade das ocupações do tempo. STMS: ET80

Quanto menos a presença (Dasein) perde tempo na ocupação do tempo, mais “valioso” é o tempo e mais manuseável deve ser o relógio. STMS: ET80

Na ocupação, atribui-se a qualquer coisa o “seu tempo”. STMS: ET80

Como se define, portanto, o tempo revelado no uso do relógio próprio das ocupações, guiadas por uma circunvisão que toma tempo? O tempo é o que é contado na sequência atualizante de contagem do ponteiro no mostrador de suas variações. STMS: ET81

Quanto mais “naturalmente” a ocupação que se ocupa do tempo conta com o tempo, tanto menos ela se atém ao tempo pronunciado como tal, perdendo-se no instrumento ocupado que sempre tem seu tempo. STMS: ET81

Quanto mais “naturalmente”, ou seja, menos tematicamente, a ocupação determina e indica o tempo, tanto mais o ser junto àquilo de que se ocupa na atualização e decadência diz logo, quer verbalmente ou não – agora, então, outrora. STMS: ET81

Por isso chamamos o tempo ocupado de tempo do mundo. STMS: ET81

Não é a partir da ex-tensão, horizontal da unidade ekstática da temporalidade, publicada na ocupação do tempo, que se compreende o esticar-se num lapso de tempo. STMS: ET81

Ao contrário, a ocupação empenha-se em agarrar o máximo possível do tempo que ainda vem e “continua passando”. STMS: ET81

 

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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