SZ (STMS) – interpretação tempo

Na interpretação hegeliana do tempo, ambas as possibilidades são, de certa forma, superadas. STMS: ET78

Em seu resultado, a presente interpretação da temporalidade da presença (Dasein) e da pertença do tempo do mundo à temporalidade parece concordar com Hegel. STMS: ET78

A interpretação articula esse “até então” – ele, sem dúvida, “possui seu tempo” – como o entrementes, que também remete à possibilidade de datação. STMS: ET79

Essa duração é, por sua vez, o tempo revelado na interpretação que a temporalidade dá de si. STMS: ET79

Ao contrário, porque a presença (Dasein) já é e está aberta ekstática e temporalmente e porque pertence à existência uma interpretação que compreende, o tempo já se tornou público nas ocupações. STMS: ET80

Porque a presença (Dasein) existe essencialmente lançada na decadência, ela interpreta seu tempo como uma contagem do tempo, característica das ocupações. STMS: ET80

A fim de assegurar uma possível compreensibilidade para a comprovação da origem do tempo público a partir da temporalidade fática, foi preciso caracterizar, primeiramente, o tempo interpretado na temporalidade das ocupações. STMS: ET80

A interpretação da intratemporalidade tanto proporciona uma visão mais originária da essência do “tempo público” como também possibilita delimitar o seu “ser”. STMS: ET80

A datação do “então”, que se interpreta no aguardar de uma ocupação, implica, pois: então, quando amanhece, é tempo de trabalhar. STMS: ET80

O tempo interpretado nas ocupações já é compreendido como tempo de… STMS: ET80

O tempo interpretado tem, desde sempre, o caráter de “tempo de…”, STMS: ET80

Esta nada mais é do que a interpretação ontológico-existencial da definição do tempo, dada por Aristóteles: touto gar estin ò chronos, arithmos kineseos kata to proteron kai hysteron. “ STMS: ET81

Sua interpretação do tempo movimenta-se, sobretudo, na direção da compreensão “natural” de ser. STMS: ET81

Na interpretação vulgar do tempo como sequência de agora, falta tanto a possibilidade de datação como a significância. STMS: ET81

Pode-se obter a resposta, retornando-se à estrutura plena e essencial do tempo do mundo e comparando-a com o que a compreensão vulgar do tempo conhece. Expôs-se a possibilidade de datação como primeiro momento essencial do tempo ocupado. Ela se funda na constituição ekstática da temporalidade. Em sua essência, o “agora” é agora, em que… Compreendido na ocupação, embora não apreendido como tal, o agora que se pode datar é sempre apropriado ou inapropriado. A significância pertence à estrutura do agora. Por isso chamamos o tempo ocupado de tempo do mundo. Na interpretação vulgar do tempo como sequência de agora, falta tanto a possibilidade de datação como a significância. A caracterização do tempo como mera série de um após outro não permite que essas duas estruturas “venham à luz”. A interpretação vulgar do tempo as encobre. A constituição ekstática e horizontal da temporalidade, na qual se fundam a possibilidade de datação e a significância [518] do agora, é nivelada por esse encobrimento. Os agora são, por assim dizer, enquadrados nessas remissões e se enfileiram simplesmente um ao outro para constituir a série de um após outro. STMS: ET81

Essas estruturas permanecem, necessariamente, encobertas, e tanto mais quanto a interpretação vulgar do tempo consolida ainda mais esse encobrimento através da maneira em que constrói, conceitualmente, a sua caracterização do tempo. STMS: ET81

A principal tese da interpretação vulgar do tempo – de que ele é “infinito” – revela, ainda mais profundamente, o nivelamento e o encobrimento do tempo do mundo, inseridos nessa interpretação, e, com isso, da temporalidade em geral. STMS: ET81

A fundamentação explícita de Hegel, de nexo entre tempo e espírito, é apropriada para se esclarecer indiretamente um pouco mais a presente interpretação da presença (Dasein) como temporalidade e para se demonstrar a origem do tempo do mundo a partir da temporalidade. STMS: ET81

O que pertence à essência do espírito para que ele possa “cair no tempo”? A resposta a essas duas questões serve simplesmente para um maior esclarecimento desta interpretação da presença (Dasein) como temporalidade. STMS: ET82

Nessa interpretação, o tempo se desvela como o “devir intuicionado”. STMS: ET82

As seguintes sentenças comprovam que Hegel interpreta o tempo orientando-se, primariamente, pelo nivelamento do agora: “O agora tem um direito extraordinário – ele nada mais ‘é’ do que o agora singular mas que, excluindo-se em seu estilhaçamento, se dissolve e, ao se pronunciar, se liquefaz e se pulveriza”. “ STMS: ET82

Mas, por vezes, ele também caracteriza o tempo como a “abstração do desgaste”, fornecendo, assim, a fórmula mais radical da experiência e interpretação vulgares do tempo. STMS: ET82

A história universal é, por conseguinte, a interpretação do espírito no tempo assim como a ideia se interpreta no espaço como natureza”. STMS: ET82

Não se poderá discutir aqui se a interpretação hegeliana de tempo e espírito e de seu nexo é legítima e se ela se baseia em fundamentos ontologicamente originários. STMS: ET82

 

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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