Chama-se causa o que tem como consequência um efeito. Todavia, causa não é apenas o que provoca um outro. Vale também como causa o fim com que se determina o tipo do meio utilizado. Onde se perseguem fins, aplicam-se meios, onde reina a instrumentalidade, aí também impera a causalidade. (GA7, pag. 13)
O conhecimento provoca abertura. Abrindo, o conhecimento é um desencobrimento. (GA7, pag. 17)
Era diferente o campo que o camponês outrora lavrava, quando lavrar ainda significava cuidar e tratar. O trabalho camponês não provoca e desafia o solo agrícola. (GA7, pag. 19)
Assim desafiado e provocado, o homem se acha imerso na essência da com-posição. Não é ao depois que o homem se relaciona com a essência da técnica. Por isso, formulada nesses moldes, a pergunta, como havemos de nos relacionar com a essência da técnica, chega sempre tarde e atrasada. Mas a pergunta nunca chega tarde e atrasada se nos sentirmos propriamente, como aqueles, cujas ações e omissões se acham por toda parte desafiadas e provocadas, ora às claras ora às escondidas, pela com-posição. (GA7, pag. 27)
O homem está tão decididamente empenhado na busca do que a com-posição provoca e explora, que já não a toma, como um apelo, e nem se sente atingido pela ex-ploração. (GA7, pag. 30)
Assim, pois, a com-posição provocadora da ex-ploração não encobre apenas um modo anterior de desencobrimento, a pro-dução, mas também o próprio desencobrimento, como tal, e, com ele, o espaço, onde acontece, em sua propriedade o desencobrimento, isto é, a verdade. (GA7, pag. 30)
As artes não provinham do artístico. As obras de arte não provocavam prazer estético. (GA7, pag. 36)
Provocar é evocar uma proximidade. Mas evocar é retirar o que se evoca da distância que o resguarda quando é evocado. Evocar é sempre provocar e invocar, provocar a vigência e invocar a ausência. (Caminho da Linguagem)