Patocka (1995:145) – vida após a morte

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A vida após a morte é geralmente reduzida à questão da mortalidade ou imortalidade da alma. A alma, no entanto, é uma ficção metafísica, uma invenção da filosofia dualista: o duplo da nossa existência concreta, pensado como o corpo sem corpo, como um “condutor” separado, um núcleo substancial que dirige e inicia aquilo de que o corpo é o executor. Uma vez que a sobrevivência está ligada à existência ou inexistência autônoma deste duplo, o interesse prático pela questão da vida após a morte centrou-se nesta condição, considerada como sine qua non. Como é que a vida após a morte seria possível sem um portador substancial?

Erika Abrams

[PATOCKA, Jan. Papiers phénoménologiques. Grenoble: Jérôme Millon, 1995]

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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