Niederhauser (2013) – a morte como possibilidade máxima do Dasein

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Heidegger determina o conceito existencial completo de morte da seguinte forma: “como o fim do Dasein, a morte é a possibilidade mais própria, não relacional, certa e, como tal, indefinida e insuperável do Dasein.” (SZ: 259f/248) Esta concepção da morte ancora-se no cuidado (Sorge) como ser do Dasein, ou seja, na estrutura extática fundamental que determina o ser-aí extático do Dasein. A morte é o mais próprio do Dasein porque só eu posso morrer a minha morte. O ser do Dasein é aqui mais radicalmente individuado. Isso também significa que, ao correr em direção à morte, o Dasein pode aceitar plenamente sua culpa ontológica. Aceitar a morte é um ato não relacional, tal como ouvir a consciência e assumir a culpa ontológica. Ninguém pode fazer isso por mim. Não o posso fazer por mais ninguém. Assim, a resolutividade (o eu autêntico do Dasein) que é revelada aqui significa uma quebra de “todos os status e capacidades “mundanas” do Dasein” (SZ: 307/293). Da renúncia aos entes e ao estatuto mundano surge uma compreensão autêntica do ser. Esta renúncia equivale a correr em direção à morte como possibilidade máxima.

original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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