- tradução
- Richardson & O’Byrne
tradução
Assim como não pode morrer — “seriamente” não pode morrer, se é que podemos dizer isso com uma cara séria — o sujeito não pode nascer, ou mesmo não pode dormir. Imortal, não engendrado e insone: esta é a tripla negação sobre a qual a vida do espírito se ergue, imperturbavelmente adulta e acordada.
A preservação inabalável do espírito na morte faz morrer a própria morte e costura o seu “rasgão absoluto”, onde o espírito “se reencontra”. É por isso que a morte é sempre passado para o espírito. Na morte, nada é estritamente mortal, exceto a “singularidade imediata” (a minha identidade, a tua), o “termo abstrato, a morte do natural”. O que é abolido é o “estar fora do outro” da natureza, mas é assim que “a subjetividade que é, na ideia de vida, o conceito” atinge o estado de “universalidade concreta”. Assim, “o conceito . . . tornou-se para si mesmo” (Hegel). O sujeito tornou-se: ele, como sujeito, sempre terá se tornado. Terá sempre atrás de si o fim da sua identidade natural (e, por exemplo, o fim da identidade do animal). Não passa, a sua morte já passou. Contém a sua morte como a abolição da sua própria diferença, como a abolição da outra identidade, da sua diferença, da sua exterioridade.