Milet (2000:52-53) – a técnica moderna

Nossa tradução

Existe outra essência da técnica? A determinação da essência da técnica como poiesis, fundada no desvelamento, vale apenas para os gregos? Ela deixa de ser verdadeira para a técnica moderna?

“Diz-se que a técnica moderna é diferente de todas as do passado, a ponto de não poder lhes ser comparada, porque é fundada sobre a moderna e exata ciência da natureza. Nesse meio tempo, ficou claro que o inverso também é verdadeiro: a física moderna, como um experimento, depende de equipamento técnico e está ligada ao progresso na construção do aparato. Essa relação recíproca da técnica e da física é muito exata; mas a constatação que dela é feita permanece uma simples constatação histórica dos fatos e nada nos diz do fundamento dessa relação recíproca. A questão decisiva permanece portanto: qual é então a essência da técnica moderna para que essa possa se dar conta de utilizar as ciências exatas da natureza? ” (GA7)

As ciências exatas se apresentam sob a forma de teorias matematizadas. O que quer dizer “matemático” deverá fazer o objeto de um exame separado. É a caracterização da técnica moderna que deverá conduzir a destacar seu traço propriamente “matemático”. Ora, a questão decisiva, Heidegger responderá em dois tempos. Deve-se respeitar o ritmo e a métrica da análise, se se quiser apreender o que está em jogo: o risco não é cair na armadilha da explicação do texto linear, mas de passar ao largo do essencial.

A essência da técnica moderna aparece então como 1. pró-vocação; 2. como arrazoamento.

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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