McNeill (2006:72) – cuidar de si

Nossa tradução

Vimos, então, um número de surpreendentes similaridades na compreensão do si mesmo no Heidegger inicial e no Foucault tardio: (1) O si mesmo é concebido ontologicamente, como uma relação ao si mesmo que é fundamentada na possibilidade da liberdade. “Cuidado de si” em Foucault, ou a existência autêntica em Heidegger, designam um cuidado pelo ser, pois o ser de um si mesmo em sua infinita abertura para um mundo histórico. (2) Uma compreensão (que não necessita ser explícita ou auto-crítica, i.é., compreensão filosófica) da relação prático-ontológica a si mesmo é uma pré-condição para assumir uma relação ética para com outros. (3) A prática crítica do conhecimento ontológico é um modo explícito de cuidado de si que continuamente enrola-se sobre si mesmo, colocando seu próprio ser constantemente em questão através da atenção hermenêutica a sua própria genealogia. (4) Tal prática é intrinsecamente proto-ética, desdobrando-se como um singular engajamento com e da própria existência de um em cada caso. (5) Como tal, o engajamento proto-ético é uma participação transformativa no próprio ser projetado de um, uma participação na formação do si mesmo como uma resposta mundana à história. (6) Finalmente, para ambos Foucault e Heidegger, o conhecimento da relação prático-ontológica ao si mesmo é alcançavel de uma maneira crítica somente através da prática do filosofar.

Original

(MCNEILL, William. The Time of Life. Heidegger and Êthos. New York: State University of New York Press, 2006, p. 72)

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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