McNeill (1999:8-10) – o privilégio do ver

destaque

Mas porque é que, em primeiro lugar, o ver e a visão se tornaram o modo privilegiado de acesso às coisas no desenvolvimento explícito do conhecimento, quer do conhecimento cognitivo, quer do conhecimento mais essencial atribuído à sabedoria? Porque não a audição ou o olfato, o tato ou o paladar? Noutro lugar, Heidegger argumenta que a prioridade da visão surge não só (como afirma Aristóteles) porque as coisas parecem estar mais claramente delimitadas através da visão, em termos do seu contorno, figura ou forma, mas também porque, deste modo, parecem estar mais constantemente presentes (GA34, 102). Pois só a visão concede a simultaneidade do que é presente e do que foi (o hama de que Aristóteles fala no Livro IX da Metafísica), mantendo-os juntos numa só visão, por oposição à mera apreensão sequencial que ocorre através dos outros sentidos.

original

  1. M, 1048 b23. For an extensive discussion of this simultaneity which inheres in vision, see Hans Jonas, “The Nobility of Sight,” Philosophy and Phenomenological Research 14, no. 4 (June 1954): 507-19.[↩]
  2. This point is made by Hannah Arendt in The Life of the Mind, vol. 1, 58, 87.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

Designed with WordPress