McNeill (1999:4) – primeira concepção do desejo de ver

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(…) A primeira e mais óbvia destas [três concepções do desejo de ver] seria o desejo quotidiano de ver, tal como se manifesta na nossa curiosidade quotidiana. O desejo por detrás deste “ver”, enquanto modo de compreensão do Dasein, não se limita a ver com os olhos (SZ, 170). Abrange também, por exemplo, o desejo de ouvir e de ter ouvido. Mas também não se restringe a uma pura apreensão sensorial, se por apreensão sensorial entendermos a apreensão direta de um dado objeto que afecta os nossos sentidos. Isto não quer dizer, porém, que esta forma quotidiana do desejo de ver se dirija para um “além” suprassensível. Porque, de fato, continua a ser uma orientação geral para o domínio sensível, mas nesta orientação é dirigida para além dos objetos dados como presentes, dirigida para algo ainda não visível, algo ainda não presente. O desejo por detrás da visão da curiosidade é, muito simplesmente — como o alemão Neugier implica — um desejo pelo novo.

original

[MCNEILL, William. The Glance of the Eye. Heidegger, Aristotle, and the Ends of Theory. New York: SUNY, 1999, p. 4]

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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