A finitude é receptividade. Mas a receptividade, é preciso lembrar, não é passividade. É, em termos kantianos, afecção. O que é afecção? Nem afeto nem afetividade, afecção é emoção. O que é emoção? Nem movimento nem imobilidade, emoção é pathos. O que é pathos? Nem patético nem apático, pathos é existência. O que é existência? Nem êxtase nem instase (“Instase”: cf. Heidegger, Questions IV, 1976, p. 322), a existência é ek-sistência. O que é ek-sistência? Inständigkeit in der Lichtung, ou seja, liberdade.
(MARTINEAU, E. La provenance des espèces: cinq méditations sur la libération de la liberté. Paris: Presses universitaires de France, 1982)