visão de mundo

Heidegger está interessado na Weltanschauung porque ela está relacionada com o “mundo”, e contrasta com a ciência e com a filosofia. Ele pergunta: Será que o ser-no-mundo de Dasein envolve essencialmente uma Weltanschauung? Como se relacionam a Weltanschauung e a transcendência de Dasein? Como aquela se relaciona com a filosofia? (GA10, 80. n.54. Cf. GA27, 229ss, 344). Filosofia e Weltanschauung “são tão incomparáveis que nenhuma imagem possível está disponível para ilustrar a sua diferença. Qualquer imagem as colocaria muito próximas uma da outra” (GA65, 39). A “Weltanschauung limita e restringe a experiência real. (…) A filosofia entreabre a experiência, não podendo por esta razão fundar diretamente a história. Weltanschauung é sempre um fim, na maioria das vezes um prolongado e inconsciente fim. A filosofia é sempre um começo e requer a sua própria superação” (GA65, 37). Uma Weltanschauung é em geral arbitrária e peremptória. Ela pode ser “pessoal”, expressando a experiência de vida e as opiniões particulares de alguém, ou “total”, extinguindo todas as opiniões pessoais. Uma total Weltanschauung não pode compreender a si mesma, pois isto a colocaria em questão. Assim, a sua criatividade inicial é rapidamente convertida “na gigantomania da maquinação” (GA65, 40). A filosofia também reivindica a “totalidade”, se ela é “conhecimento (Wissen) dos entes enquanto tais como um todo”. Mas isto se aplica à metafísica, especialmente em sua máscara cristã de idealismo alemão, não à filosofia do “outro começo”, que continuamente se desenvolve e supera a si mesma (GA65, 41. Cf. 435s). (Inwood, MIDH)