Em Nietzsche, “a palavra e o conceito ‘Leben’ flutuam,” significando sucessivamente “entes como um todo”, “criaturas vivas (plantas, animais, homens)”, e “vida humana” (GA6T1, 573. Cf. GA65, 365). Leben está ligada ao “corpo”. Leib, o corpo humano, em contraste com Körper, o “corpo” meramente físico (GA15, 322: “o limite do Leib não é o limite do Körper”), vem de Leben, e já significou “vida”. Um verbo derivado desta palavra, leiben, sobrevive atualmente apenas na expressão wie er leibt und lebt, “ser de carne e osso”, lit. “como ele corporifica e vive”. Heidegger recupera Leiben e a sua ligação tanto com Leib quanto com Leben, falando de leibende Leben, “vida corporificante” e leibende-lebende Mensch, “homem corporificante-vivente”: Das Leben lebt, indem es leibt, “A vida vive corporificando” (GA6T1, 163, 223, 565, 192, GA6T2, 79). O corpo não é, entretanto, um substratum físico ou biológico ao qual se sobrepõem níveis mais elevados: “Não ‘possuímos’ um corpo, ‘somos’ corporeos (leiblich)” (GA6T1, 118). (Inwood, MIDH)