Assim, ele (logos) aparece eminentemente e de muitas maneiras como diálogo. A verdade, cujo nome ele (logos) é, é dialogos, diálogo e caminho 1. No logos, o homem não apenas olha para a terra e para o céu. A terra e o céu olham para ele. Se o pensamento se concentra apenas em si mesmo, ou seja, na manifestação luminosa, na presença do mundo, seu logos é apenas Lichtung, claridade e clareza. Ele faz do ser o inteligível, a coisa do pensamento, e caímos no beco sem saída da metafísica.
Mas, se não esquecer o advento dessa presença, seu logos implica a parcela de escuridão da Terra, Nichtung, aniquilação, ausência. Ele também atesta o que está escondido da vista no momento, ou seja, a dispensação da presença, a maneira como ela é dada e dirigida. Nesse estágio, o logos é identificado com a physis, da qual ele reúne o movimento da luz e da ocultação. Nessa perspectiva, ele é indissoluvelmente o desvelamento e a evocação do mistério.
[LAFFOUCRIÈRE, Odette. Le Destin de la Pensée et “La Mort de Dieu” selon Heidegger. The Hague: Martinus Nijhoff, 1968]