Toda tentativa, portanto, de acompanhar a marcha da preleção se chocará, por isso, com dificuldades. Isto é bom. O interrogar torna-se, com isto, mais autêntico. Cada pergunta objetiva é já uma ponte para a resposta. Respostas essenciais são, constantemente, apenas o último passo das próprias questões. Este passo, porém, permanece irrealizável sem a longa série dos primeiros passos e dos que seguem. A resposta essencial haure sua força sustentadora na insistência do perguntar. A resposta essencial é apenas o começo de uma responsabilidade. Nela o interrogar desperta mais originariamente. É também, por isso, que a questão autêntica não é suprimida pela resposta encontrada.
As dificuldades para acompanhar o pensamento da preleção são de duas espécies. Umas surgem dos enigmas que se ocultam no âmbito do que aqui é pensado. As outras se originam da incapacidade e também, muitas vezes, da má vontade para pensar. Na esfera do interrogar pensante podem já ajudar objeções passageiras, mas certamente, entre estas, aquelas que forem cuidadosamente meditadas. Também opiniões grosseiras e falsas frutificam de algum modo, mesmo que sejam proclamadas na raiva de uma polêmica cega. A reflexão deve apenas recolher tudo na serena tranquilidade da longânime meditação. (MHeidegger POSFACIO)