Em jogo está agora preparar uma experiência (Erfahrung) pensante com a linguagem. Como se trata de uma experiência pensante com a linguagem e, sendo o pensamento sobretudo uma escuta (Hören), um deixar-se tomar (Sichsagenlassen) e não um questionar, devemos abandonar também o ponto de interrogação, mesmo sabendo que agora não nos seja mais possível retomar a formulação inicial do título. Se devemos pensar a essência da linguagem (Wesen der Sprache), a linguagem haverá de primeiro consentir-se ou mesmo já ter-se consentido para nós. A linguagem deve a seu modo dar indícios de si mesma — a sua essência. A linguagem vigora como essa indiciação. Já sempre escutamos a linguagem, embora não pensemos nisso. Se não escutássemos por toda parte a indiciação da linguagem, não poderíamos usar nenhuma palavra da linguagem. A linguagem vigora como essa indiciação. A essência da linguagem dá notícia de si mesma como indício, como a linguagem de sua essência. Todavia não podemos escutar e nem “ler” essa mensagem arcaica, essa que diz: a essência da linguagem: a linguagem da essência. (GA12)