“Parece que, a menos que abandonemos toda a preocupação com o rigor, precisamos absolutamente encontrar um ponto de partida (para a pesquisa filosófica). O que seria do conhecimento sem um início bem definido e uma base para sustentar o edifício? Hoje, no entanto, os fenomenólogos e existencialistas estão declarando que não há nenhum ponto de partida ao qual possamos nos referir de forma absoluta e exclusiva; todo ponto de partida… remete a outra coisa que precisa para se justificar. Em suma, de acordo com eles, um exame minucioso do status da filosofia nos levaria a esta conclusão aparentemente estranha: que a essa forma de conhecimento não podemos atribuir nenhum ponto de partida, além do qual não é mais possível ou necessário voltar.” 1.
No entanto,
“Nisso, não mais do que em qualquer outro lugar, não se parte de nada; quando pretendemos começar do nada, acabamos apenas por não estar cientes do que estamos começando. A filosofia sem pressuposição é uma das formas do que Schopenhauer corretamente chamou de charlatanismo filosófico.” 2 [GABORIAU, F. L’Entrée en métaphysique: orientations. Bruxelas: Casterman, 1962]
- R. Vancourt, La philosophie et sa structure, Bloud et Gay, (sem data), p. 25[↩]
- Lalande, Remarques sur le langage de la philosophie, em Rev. Métaph. et Mor. 1947, p. 190[↩]