Quando o divino invoca a terra, e esse chamado reverbera pelo mundo, ressoando como a essência da existência humana, a linguagem surge como um fenômeno histórico, servindo como o fundamento da própria história.
A linguagem e o acontecimento se entrelaçam. A ressonância da terra e o eco do mundo criam uma interação dinâmica. Surge o conflito, marcando o estabelecimento inicial de uma divisão, revelando a fenda mais profunda. Esse é o espaço aberto.
A linguagem, seja ela articulada ou não, representa o meio primário e mais profundo de humanizar a existência. Esse parece ser o caso. Entretanto, a linguagem também incorpora a desumanização mais fundamental do ser humano como entidade tangível e “sujeito”, juntamente com tudo o que veio antes. Assim, ela estabelece o fundamento da existência e o potencial para a desumanização dos seres.
A linguagem encontra suas raízes no silêncio. O silêncio é como a adesão mais oculta a um padrão. Ele adere a esse padrão estabelecendo medidas. Consequentemente, a linguagem atua como o estabelecimento de medidas dentro daquilo que é mais intrínseco e expansivo, marcando a ocorrência essencial do que é adequado e sua junção (o acontecimento). Dessa forma, como a linguagem sustenta a existência, existe dentro da existência uma moderação que, de fato, serve de base para o conflito entre o mundo e a terra.