GA24:13-14 – compreensão de ser

Casanova

(…) há algo que precisa se dar, para que tornemos acessíveis para nós o ente enquanto ente e possamos nos comportar em relação a ele, algo que em verdade não é, mas que precisa se dar, para que efetivamente experimentemos e compreendamos algo assim como ente. Só conseguimos apreender o ente enquanto tal, o ente enquanto ente, se compreendemos algo assim como ser. Por mais que de início a compreensão se dê de maneira tosca e não conceitual, se não compreendêssemos o que realidade efetiva significa, então o ente efetivamente real permaneceria velado. Se não compreendêssemos o que significa realidade, então o ente real permaneceria inacessível. Se não compreendêssemos o que significa vida e vitalidade, então não conseguiríamos assumir um comportamento em relação ao vivente. Se não compreendêssemos o que é existência e existencialidade, então nós mesmos não conseguiríamos existir enquanto seres-aí. Se não compreendêssemos o que é consistência e o caráter daquilo que é consistente (definition276), então as ligações geométricas consistentes ou as relações numéricas permaneceriam cerradas. Nós precisamos compreender realidade efetiva, realidade, vitalidade, existencialidade e consistência, para que possamos nos comportar positivamente em relação ao efetivamente real, ao real, ao vivente, ao existente e ao consistente. Nós precisamos compreender o ser para que possamos nos ver entregues a um mundo que é, a fim de existir nele e de poder ser o nosso próprio ser-aí essente. Nós precisamos poder compreender realidade efetiva antes de toda experiência daquilo que é efetivamente real. Em relação à experiência do ente, essa compreensão de realidade efetiva ou ser no sentido mais amplo possível é anterior. A compreensão prévia de ser anterior a toda experiência fática do ente não significa naturalmente que precisaríamos ter antes um conceito explícito de ser para experimentar um ente teórica ou praticamente. Nós precisamos compreender ser – ser que não pode mais ser ele mesmo chamado um ente, ser que não ocorre entre outros entes enquanto ente, mas que, contudo, precisa se dar e de fato se dá na compreensão de ser. [GA24MAC:20-22]

Norro

(…) hay algo que tiene que haber para que se nos haga accesible el ente como ente y nos podamos comportar respecto de él, algo que, sin duda, no es, pero que debe haber para experimentar y comprender algo como el ente. Somos capaces de comprender al ente como tal sólo si entendemos algo como el ser (Sein). Si no comprendiéramos, aunque de primeras de manera burda y no conceptual, qué quiere decir la efectividad (Wirklichkeit), nos permanecería oculto lo que es efectivo (Wirkliches). Si no entendiéramos qué quiere decir realidad (Realität), nos sería inaccesible lo real (Reales). Si no entendiéramos qué quiere decir vida y vitalidad (Leben, Lebendigkeit), no seríamos capaces de comportarnos respecto de lo vivo. Si no entendiéramos qué quiere decir existencia (Existenz) y existencialidad (Existenzialität) ninguno de nosotros mismos sería capaz de existir como Dasein. Si no entendiéramos qué quiere decir consistir (Bestand) y consistencia (Beständigkeit), serían opacas para nosotros las relaciones geométricas y numéricas que consisten. Debemos comprender «efectividad», «realidad», «vitalidad», «existencialidad», «consistencia» para poder comportarnos de manera positiva respecto de un determinado ente efectivo, respecto de algo real, con relación a algo vivo, respecto de algo existente o algo consistente. Debemos comprender el ser para estar en disposición de que se nos dé un mundo que es, para existir en él y para que nuestro propio Dasein que es pueda ser. Debemos entender la efectividad antes de toda experiencia de lo efectivo. Respecto de la experiencia del ente, la comprensión de la efectividad o del ser en el más amplio sentido es, en un determinado sentido, anterior a dicha experiencia. La comprensión provisional del ser anterior a toda experiencia fáctica del ente no quiere decir, claro está, que tengamos que tener antes un concepto explícito de ser para experimentar teórica o prácticamente el ente. Debemos comprender el ser, ser que no puede ser ya denominado ente, ser que no puede aparecer como un ente entre los demás entes, pero que, sin embargo, debe darse y de hecho se da en la comprensión del ser (Seinsverständnis). [GA24JGN:35-36]

Original

Am Ende gibt es etwas, was es geben muß, damit wir uns Seiendes als Seiendes zugänglich machen und uns zu ihm verhalten können, etwas, das zwar nicht ist, das es aber geben muß, (14) damit wir überhaupt so etwas wie Seiendes erfahren und verstehen. Seiendes vermögen wir als solches, als Seiendes, nur zu fassen, wenn wir dergleichen wie Sein verstehen. Verstünden wir nicht, wenngleich zunächst roh und unbegrifflich, was Wirklichkeit besagt, dann bliebe uns Wirkliches verborgen. Verstünden wir nicht, was Realität bedeutet, dann bliebe Reales unzugänglich. Verstünden wir nicht, was Leben und Lebendigkeit besagt, dann vermöchten wir uns nicht zu Lebendigem zu verhalten. Verstünden wir nicht, was Existenz und Existenzialität besagt, dann vermöchten wir selbst nicht als Dasein zu existieren. Verstünden wir nicht, was Bestand und Beständigkeit bedeutet, dann blieben uns bestehende geometrische Beziehungen oder Zahlverhältnisse verschlossen. Wir müssen Wirklichkeit, Realität, Lebendigkeit, Existenzialität, Beständigkeit verstehen, um uns positiv zu bestimmtem Wirklichen, Realen, Lebendigen, Existierenden, Bestehenden verhalten zu können. Wir müssen Sein verstehen, damit wir an eine seiende Welt ausgeliefert sein können, um in ihr zu existieren und unser eigenes seiendes Dasein selbst sein zu können. Wir müssen Wirklichkeit verstehen können vor aller Erfahrung von Wirklichem. Dieses Verstehen von Wirklichkeit bzw. Sein im weitesten Sinne gegenüber der Erfahrung von Seiendem ist in einem bestimmten Sinne früher als das letztgenannte. Das vorgängige Verstehen von Sein vor aller faktischen Erfahrung von Seiendem besagt freilich nicht, daß wir zuvor einen expliziten Begriff vom Sein haben müßten, um Seiendes theoretisch oder praktisch, zu erfahren. Wir müssen Sein verstehen, Sein, das selbst kein Seiendes mehr genannt werden darf, Sein, das nicht unter anderem Seienden als Seiendes vorkommt, das es aber gleichwohl geben muß und auch gibt im Verstehen von Sein, im Seinsverständnis. [GA24:13-14]