Fogel (2015:17-18) – a estrutura ser-no-mundo

… um eu, uma alma, uma consciência, etc., etc., enfim, um ou algum homem constituído (um sujeito ou uma subjetividade determinada) é isso que assim aparece, porque antes é, dá-se ou faz-se a estrutura ser-no-mundo, que Heidegger denomina “a abertura Dasein” ou presença. Esta é o que sempre já se deu; esta é o raio que sempre já aconteceu ou se abriu e que dirige tudo que é, que há (Cf. HERÁCLITO, frag. 64). Ou seja, o homem, todo ou qualquer tipo já constituído, é coisa tardia, epígona. Isso tudo é obra, melhor, resultado da estrutura ou, se se quer, é a estrutura já realizada, concretizada e não sua forma (gênese ontológica) de realização ou de concretização, que precisa, antes de mais nada, ser entrevista e pensada no seu modo próprio de ser, ainda que ela não haja em si, separada ou subsistente.

(FOGEL, Gilvan. Homem, Realidade, Interpretação. Rio de Janeiro: Mauad X, 2015)