Fink (1994b:199-200) – o ente revestido de linguagem

destaque

Até aqui, tratamos tacitamente a relação do homem com as coisas que lhe aparecem como pura contemplação, como contemplatio. Do lado do homem estava o fato de experimentar e conceber, do lado das coisas, a pura emergência (Aufgehen) do ente, a exteriorização da essência. O ponto de partida do problema muda um pouco, quando partimos da explicitação prévia em linguagem de todas as coisas situadas no quotidiano humano. Então, já não se trata de saber como o ente que se apresenta deve, de forma correta, ser apreendido nas suas determinações pelas palavras e como deve ser levado ao conceito; porque as coisas são sempre apreendidas já com a sua roupagem linguística, o ente torna-se temático como ON LEGOMENON. Esta é a grande superioridade da posição aristotélica sobre o problema. Aqui a questão já não é como as coisas se tornam inteligíveis na cognição humana; elas tornam-se inteligíveis na medida em que são encontradas antes de mais no espaço da linguagem. Aqui não se trata de trazer o logos para os fenômenos, mas de questionar com base nesses fenômenos, sendo os fenômenos sempre (para Aristóteles) já determinados pelo logos.

Kessler

[FINK, Eugen. Proximité et distance: essais et conférences phénoménologiques. Tr. Jean Kessler. Grenoble: Jérôme Millon, 1994b]

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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