Didier Franck (1998:377-380) – orgânico e inorgânico

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(…) partamos da distinção entre o orgânico e o inorgânico. Qual é a diferença entre eles, uma vez que existe apenas um tipo de força? Há mais seres inorgânicos no mundo do que orgânicos, e a diferença entre o vivo e o não vivo é exclusivamente quantitativa? Em A Gaia Ciência, Nietzsche adverte: “Não se deve dizer que a morte se opõe à vida. O vivo é apenas um modo do que está morto, e um modo muito raro.   Isto para sublinhar a raridade quantitativa do orgânico em relação ao inorgânico, e que a diferença entre um e outro não reside na natureza das forças constituintes: “O inorgânico condiciona-nos absolutamente: água, ar, solo, forma do solo, eletricidade, etc. Somos plantas nessas condições, e temos de viver nelas. Somos plantas nestas condições”.   Note-se, de passagem, que a relação entre o orgânico e o inorgânico não é a única razão pela qual Nietzsche fala frequentemente do “homem planta” ou descreve o filósofo como uma “planta rara”. O homem pode ser considerado uma planta porque a sua relação com o mundo se assemelha à da planta. Ambas pressupõem equiparação. Para a planta”, diz Nietzsche, “todas as coisas estão normalmente em repouso, eternamente, cada coisa é igual a si própria. Desde o período dos organismos inferiores, o homem herdou a crença de que há coisas iguais (só a experiência elaborada pela mais alta ciência contradiz esta proposição).” 

original

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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