Um processo de subjetivação, isto é, uma produção de modo de existência, não pode se confundir com um sujeito, a menos que se destitua este de toda interioridade e mesmo de toda identidade. A subjetivação sequer tem a ver com a “pessoa”: é uma individuação, particular ou coletiva, que caracteriza um acontecimento (uma hora do dia, um rio, um vento uma vida…). É um modo intensivo e não um sujeito pessoal. É uma dimensão específica sem a qual não se poderia ultrapassar o saber nem resistir ao poder. Foucault analisará os modos de existência gregos, cristãos, como eles entram em certos saberes, como eles se comprometem com o poder. Mas, neles mesmos, eles são de outra natureza. (…) E conforme seu método, o que interessa essencialmente a Foucault não é um retorno aos gregos, mas nós hoje: quais são nossos modos de existência, nossas possibilidades de vida ou processos de subjetivação; será que temos maneiras de nos construirmos como “si”, e, como diría Nietzsche, maneiras suficientemente “artistas”, para além do saber e do poder? Será que somos capazes disso, já que de certa maneira é a vida e a morte que aí estão em jogo?
Deleuze (1992:123-124) – subjetivação
- Deleuze (1976:III.15) – não pensamos ainda…
- Deleuze (1976:III.15) – Niilismo
- Deleuze (1976:V.11) – O ser, o verdadeiro, o real são avatares do niilismo
- Deleuze (1976:V.2) – morte de Deus
- Deleuze (1976:V.8) – o devir-reativo do homem e no homem
- Deleuze (1980:156-157) – Édipo
- Deleuze (1988:118-120) – Nota sobre a filosofia da diferença de Heidegger
- Deleuze (1988:238-240) – o pensar
- Deleuze (1988:325) – A repetição, o relevante e o ordinário
- Deleuze (1988:413-414) – O pensamento é a mais elevada determinação