Um processo de subjetivação, isto é, uma produção de modo de existência, não pode se confundir com um sujeito, a menos que se destitua este de toda interioridade e mesmo de toda identidade. A subjetivação sequer tem a ver com a “pessoa”: é uma individuação, particular ou coletiva, que caracteriza um acontecimento (uma hora do dia, um rio, um vento uma vida…). É um modo intensivo e não um sujeito pessoal. É uma dimensão específica sem a qual não se poderia ultrapassar o saber nem resistir ao poder. Foucault analisará os modos de existência gregos, cristãos, como eles entram em certos saberes, como eles se comprometem com o poder. Mas, neles mesmos, eles são de outra natureza. (…) E conforme seu método, o que interessa essencialmente a Foucault não é um retorno aos gregos, mas nós hoje: quais são nossos modos de existência, nossas possibilidades de vida ou processos de subjetivação; será que temos maneiras de nos construirmos como “si”, e, como diría Nietzsche, maneiras suficientemente “artistas”, para além do saber e do poder? Será que somos capazes disso, já que de certa maneira é a vida e a morte que aí estão em jogo?
Deleuze (1992:123-124) – subjetivação
- Deleuze (1988:74-76) – Univocidade e diferença
- Deleuze (1997) – Um precursor desconhecido de Heidegger, Alfred Jarry
- Deleuze (2005:105-106) – a metafísica está e deve ser ultrapassada
- Deleuze (2005:109-110) – Tudo passava por Sartre…
- Deleuze (2005:112) – Sartre
- Deleuze (2010:123) – diferença ontológica
- Deleuze (2010:124) – Hegel e Heidegger, historicistas
- Deleuze (2010:231) – ontologia da carne?
- Deleuze (2010:57) – plano de imanência pré-filosófico
- Deleuze (2013:116-119) – a dobra