(…) o tema da morte (em Heidegger) aparece, em três estágios (após Ser e Tempo) que podemos definir. No primeiro estágio (de 1931 a 1936), a morte aparece em uma dimensão “histórica”, em torno da relação entre o indivíduo e a comunidade, mas também em uma relação especial com a prática filosófica como tal. Um segundo estágio (de 1936 a 1939) se desenvolve em torno das principais transformações dos Beiträge zur Philosophie, em que o problema da morte assume uma consistência ontológica radical. De fato, os Beiträge são o elo essencial entre, por um lado, a reflexão sobre a morte na primeira filosofia de Heidegger (até 1927) – a morte como um fenômeno do Dasein – e, por outro lado, a reflexão sobre a morte após a Kehre (a morte como um fenômeno do ser). Por fim, o terceiro estágio consiste em escritos do pós-guerra que questionam o lugar dos mortais (die Sterblichen) no contexto da Tétrade (Geviert), dedicado à questão da tecnologia.
(CIOCAN, Cristian. Heidegger et le problème de la mort: existentialité, authenticité, temporalité. Dordrecht: Springer, 2014)