Categoria: Gesamtausgabe

Para um autor que, ao conceber o rumo da sua Edição integral (Gesamtausgabe), a caracterizou com o lema Wege, nicht Werke (caminhos, não obras) … (Irene Borges-Duarte)

  • O “instante” é o repentino da queda de tudo aquilo que é fundável e que ainda resta sem ter sido jamais fundado na clareira do seer. O “instante” é o repentino do levante do homem em meio à insistência no entre dessa clareira. O “instante” não possui nada em comum com a “eternidade” do ente…

  • A essência do niilismo é o que é pensado em Ser e tempo, a partir da pergunta pela verdade do ser, e o que é determinado como a decadência no plano ôntico.1 Essa decadência não é tomada nem moralmente nem ainda teologicamente enquanto o pecado original secularizado. A decadência diz que o homem cai sob…

  • Cura (Sorge) e disposição (Stimmung) pensadas em função do ser-situado (Da-sein) e apenas assim; o ser-situado, porém, em função da verdade do seer. Προμηϑεύς, ο que cura – προμηϑέομαι 1 – se já se compreende isto, então não precisa ser dito muito sobre o “heróico” neste caso. “Cura” não tem nada a ver com aflição…

  • Ser pela graça da interpretação do homem, se não mesmo em geral um artefato humano – valor. A metafísica da subjetividade fala porém em favor do fato de o homem determinar a verdade e o ser (antropomorfia). Com certeza há o domínio sobre o ente, mas apenas a aparência de domínio sobre o ser. Então…

  • Certamente o que está em questão é: como é a entidade possível? A colocação da questão dá-se porém da seguinte maneira: qual é o “sentido” (o âmbito essencializante do esboço, o desvelado, a verdade) do ser? Mas por que se pergunta assim? Apenas para galgar o próximo estágio mais elevado da pergunta pela possibilidade? Não,…

  • A partir do idealismo alemão poder-se-ia dizer: ser é ser-consciente (consciência). A questão é que no ser-consciente mesmo (consciência), apesar de toda evocação ao ser cônscio e ao saber (à re-presentabilidade no sentido do “pensamento” – a representar algo enquanto algo), o “ser” já é requisitado 1. Por isto também não permanece nenhuma possibilidade de…

  • A partir do idealismo alemão poder-se-ia dizer: ser é ser-consciente (consciência). A questão é que no ser-consciente mesmo (consciência), apesar de toda evocação ao ser cônscio e ao saber (à re-presentabilidade no sentido do “pensamento” – a representar algo enquanto algo), o “ser” já é requisitado 1. Por isto também não permanece nenhuma possibilidade de…

  • A indigência que se tem em vista determina o homem, na medida em que ela o afina inteiramente, por mais que a incompreensão possa se imiscuir aqui novamente e de imediato e nos levar a pensar que as tonalidades afetivas são algo que o homem “possui” e que, então, elas dependeriam ou bem de dados…

  • A indigência compele para o “íntimo entre” desse caráter indecidido. Ela ejeta pela primeira vez o decidível desse caráter indecidido. Na medida em que essa indigência se abate sobre o homem, ela o transpõe para o interior desse “entre” do ente ainda indecidido enquanto tal, do não-ente enquanto tal. Por meio dessa transposição, porém, o…

  • Na última quarta-feira prosseguimos analisando a certeza em Descartes. Na sua segunda obra principal, de 1644, os Principia philosophiae, ele diz o seguinte no livro I, § 7: “Haec cognitio ‘ego cogito ergo sum’ est omnium prima et certíssima quae cuiliber ordine philosophanti occurrat”. Esse conhecimento “eu represento e assim eu sou” é o primeiro…

  • Para Nietzsche, segundo ouvimos, a questão pela certeza, pelo certo e indubitável, não é tão fundamental quanto a questão pelo valor. (270) Ele explica isso assim: “A questão da certeza só recebe sua gravidade sob o pressuposto que se tenha respondido a questão do valor”. A questão da certeza, portanto, se transforma de um mero…

  • Em Descartes, o primeiro grande pensador da Modernidade, essa questão era a questão pelo “fundamentum absolutum inconcussum”. Ele tinha em comum com os antigos o questionado; – e também ele pergunta: O que é o ente? E pergunta pelo ὑποκείμενον, o subiectum. A especificidade de sua questão está na sua colocação histórica. Ele coloca a…

  • Somente onde mundo, isto é, antes a luta (Da-sein, para Nietzsche, interrupção do χάος, tanto faz se de modo expresso ou não), (84) é possível que o aparecer enquanto abrir-se da aparência (Aufschein) e vir a lume (Vorschein) e mostrar seu aspecto (Anschein) seja φύσις – porém num primeiro plano referido ao aparecer, mas ainda…

  • (Según el Prefacio de las “Líneas fundamentales de la filosofía del derecho”. En la “Lógica”: idea absoluta; en la “Fenomenología del espíritu”: saber absoluto, pero también “ser”). Realidad: entidad como representatividad de la razón absoluta. Razón como saber absoluto — el re-presentar que se re-presenta incondicionadamente y su representatividad. Sólo según ello se decide lo…

  • De-cisión — aquí, lo aventajable que se extrae del mero dividir y diferenciar. El ser (Seyn) mismo es la decisión — no un diferente con respecto al ente para una diferenciación representativa, sobrevenida, objetivante y que la allana. El ser de-cide como evento-apropiador 1, en el acaecimiento-apropiador del hombre y de los dioses en la…

  • Esta “diferenciación”, es decir, la caracterización de lo así nombrado con ayuda de la diferencia, es primer plano, es aún metafísico, —el máximo despejamiento del fundamento de la metafísica dentro de ella y por eso en todo momento para el opinar habitual una referencia y apoyo y no obstante una mala conducción. Di-ferencia — separación…

  • Procediendo del “ente” y de un comportamiento representativo con respecto a él y aparentemente sólo desarticulando y ello según ya habituales referencias e interpretaciones —decimos por ej. re-presentar es representar una “cosa” (algo) “como” algo a la “luz” de entidad (por ejemplo, cosa de uso —o “animal”, “viviente”, “útil”, “obra”). Este representar de algo como…

  • A representação da totalidade do mundo como “caos” deve prover para Nietzsche a possibilidade de uma defesa contra a humanização do ente na totalidade. Humanização é tanto a explicação moral do mundo a partir da resolução de um criador quanto a explicação técnica copertinente a partir da atividade de um grande artesão (demiurgo). Mas humanização…

  • O que eu sou, na sua essência, é sempre um como-eu-sou, isto é, como me relaciono com a minha própria possibilidade de ser. As proposições sobre o eu e o eu-mesmo, isto é, todos os predicados essenciais no “eu sou”, não dizem nada sobre uma coisa subsistente: este dizer e falar precisamente sobre o que…

  • Em que sentido a res cogitans, o ego, é indeterminado do ponto de vista ontológico? Será que se pode conquistar algo além daquilo que foi por Descartes formulado? O conhecimento fundamental soa: cogito, sum, isto é, é absolutamente certo o dar-se em conjunto do ego sum no cogito. A verdade fundamental é a implicação do…