Categoria: Fenomenologia (Hermenêutica)

Fenomenologia, Hermenêutica e Fenomenologia Hermenêutica

  • Heidegger sempre enfatizou a finitude de cada emissão do Ser e parece pronto para admitir a finitude até mesmo de seus próprios esforços de pensamento. De fato, seria fácil catalogar os índices textuais de tal atitude, mas, por razões de brevidade, nos limitamos às perspectivas que consideramos até agora. Testemunha o esforço permanente do autor…

  • Antes de concluirmos essa pesquisa geral, vale a pena chamar a atenção para o fato de que uma resposta autêntica ao apelo do Ser é precisamente o que Heidegger entende por “filosofia”. Ele desenvolve esse ponto em um discurso para os filósofos da França em 1955. (GA11) A palavra apareceu pela primeira vez, afirma o…

  • Agora, a existência humana, assim entendida, Heidegger também chama de “transcendência”. Para nós, a palavra é desconcertante, porque já vimos que ela é profundamente metafísica em suas implicações. Mas estávamos vendo a questão em retrospecto. No período com o qual estamos lidando agora (1927), o autor não tinha nada além de palavras metafísicas para trabalhar…

  • (…) Se eventualmente distinguirmos vários componentes diferentes nesse processo de transcender, eles são, no entanto, todos sintetizados em uma unidade profunda, o processo único de um Ser-aí cuja única preocupação é resgatar a si mesmo, para (continuar a) ser. Essa unidade Heidegger chama de “preocupação” (Sorge), um termo que, assim como “decadência”, não tem para…

  • … Se, no entanto, devemos pressupor que o Ser-aí é dotado de uma compreensão do Ser, não devemos também admitir como pressuposto o que é compreendido? Certamente parece que sim, mas o autor é menos explícito aqui. Heidegger pressupõe uma concepção de Ser que nem todos acharão tão evidente quanto ele. Como devemos entendê-la? Se…

  • O fato de Heidegger ter certas pressuposições ao iniciar sua tarefa ninguém negará – muito menos Heidegger. Em primeiro lugar, ele pressupõe que no homem já existe uma compreensão do Ser. A partir disso, ele desenvolve, como vimos, as noções de Aí-ser (There-being), existência e transcendência. Na medida em que a análise do Aí-ser que…

  • Vimos que a tarefa da ontologia fundamental é discernir o Ser do Aí-ser. Dado o fato de que o Ser é aquilo por meio do qual os entes (Aí-ser (There-being)) se manifestam enquanto o que são e como são, então, de que outra forma a ontologia fundamental discernirá o Ser do Aí-ser a não ser…

  • Dado o fato de que devemos fazer uma análise fenomenológica do Aí-ser (There-bieng, Dasein) no homem, sob quais circunstâncias começaremos? Lembre-se dos termos do problema: o Aí-ser é uma compreensão intrinsecamente finita do Ser. Uma das consequências dessa finitude é o fato de que o Aí-ser toma sua prerrogativa tão completamente como garantida que se…

  • O primeiro fato da análise fenomenológica do mundo-circundante (Umwelt) é que ele está repleto de outros entes que não o Aí-ser. Em alusão ao sentido grego de πράγματα como aquilo de que se faz uso (πρᾶξις) na ocupação cotidiana, o autor opta por descrevê-los como instrumentos (Zeuge) ou ferramentas, indicando assim uma utilidade inerente a…

  • O Aí-ser é a passagem da transcendência finita, que, nas circunstâncias cotidianas, é primeiramente discernível como um ente cuja natureza é ser-no-mundo. Ao analisá-lo, seguimos a ordem do autor, primeiro tentando desvincular o sentido do mundo para o qual o Aí-ser transcende e, em seguida, o sentido do que significa ser “em” tal mundo. Não…

  • O primeiro fato da análise fenomenológica do mundo-circundante (Umwelt) é que ele está repleto de outros entes que não o Aí-ser. Em alusão ao sentido grego de πράγματα como aquilo de que se faz uso (πρᾶξις) na ocupação cotidiana, o autor opta por descrevê-los como instrumentos (Zeuge) ou ferramentas, indicando assim uma utilidade inerente a…

  • O ser-no-mundo é um fenômeno unitário. O que garante sua realidade positiva é que o Dasein que ele estabelece é originalmente Da-sein: é (sein) o Aí (Da). Não há lá e aqui — nenhum espaço — a menos que haja um Aí: um movimento de abertura a partir do qual o espaço se abre, é…

  • A compreensão é um modo fundamental do ser do Dasein, do qual deriva toda compreensão entendida no sentido restrito de “conhecer”. O que é essa compreensão original (ursprüngliches Verstehen, SZ:43), uma vez reduzida ao mundo ao qual pertence? O que revela, uma vez reduzida ao fenômeno? O Dasein existe, é seu Aí: indivisivelmente, o Dasein…

  • A compreensão se abre para o “em vista de quê”. Ao mesmo tempo, aquilo em vista de quê a compreensão se abre (o mundo) se abre para a compreensão. O que se abre para ela em troca e envia a compreensão de volta para si mesma é a totalidade das relações referenciais que constituem o…

  • Na compreensão, é uma questão do ser do Dasein, e esse ser não é nenhum ente: é um poder-ser. Assim, afirma-se que o ser do Dasein é, antes de tudo, um ser-possível e que, quando compreende, o Dasein se comporta em relação ao seu poder-ser. Compreender significa: projetar-se em direção ao seu poder-ser, estar aberto…

  • A questão volta a ser esta: o que significa o fato de que, ao compreender e ver, o ser é antecipado? Como podemos pensar sobre essa antecipação? Essa é a questão levantada pela fenomenologia. Seu significado é duplo, na medida em que aponta em duas direções. 1) Cabe à fenomenologia tornar explícita essa antecipação original…

  • A palavra essencial de Heidegger é, por completo, mítica, e tem ainda menos a ver com lógica ou dialética do que o próprio pensamento platônico. H. G. Gadamer testemunha o espanto que tomou conta da plateia na palestra de 1936 sobre A Origem da Obra de Arte, quando ouviu a estética ser falada em termos…

  • (A) decadência espiritual decorre da incapacidade de habitar o mundo: apesar da ausência, em 1935, de um termo apropriado para designar o Geviert, e da ambiguidade que faz da Terra tanto o lugar dessa decadência quanto uma das formas dela, Heidegger busca aqui, não salvar o mundo de seu destino de vagar, mas simplesmente pensá-lo.…

  • Esse movimento de pensamento que busca acolher o mundo na palavra, como em um templo, deve então encontrar acesso à sua livre morada. Construir, habitar e pensar dizem o mesmo, o que equivale a construir o templo, habitar o templo, pensar o templo do Ser. O grego Τέμενος, “clausura, recinto, lugar sagrado”, de τέμνειν, “cortar,…

  • Em 1935, Introdução à Metafísica (GA40) estabeleceu que, para toda a tradição, o ser é limitado pela presença de outro em quatro divisões: 1. ser e devir; 2. ser e aparência; 3. ser e pensar; 4. ser e dever. O diagrama pentádico das limitações do ser é apresentado na forma de um diagrama em cruz,…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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