Categoria: Fenomenologia (Hermenêutica)

Fenomenologia, Hermenêutica e Fenomenologia Hermenêutica

  • (Husserl, “Investigações Lógicas II” 41, I.i.7.11–22, A34–35) O ouvinte percebe [“nimmt wahr”, literalmente: “toma (como) verdadeiro”] que o falante expressa certas experiências psíquicas [ou interiores], e, nesse sentido, ele também percebe [“nimmt (…) wahr”] essas experiências; mas ele próprio não as vivencia, não possui uma percepção “interna”, mas sim uma percepção “externa” [“Wahrnehmung”]. Esta é…

  • (Beaini1989:13-15) Quando na pré-história a força da imaginação criadora do Homem relacionou um determinado evento a um deus, espírito, totem ou animal que se tornou o centro de uma celebração ritual, teve acesso ao símbolo. Surgia a Linguagem, evoluindo do grito aos sons e ao canto, como Metáfora: abertura, expressão da vida que aos poucos…

  • (Beaini1989:11-13) Heráclito de Éfeso, no fragmento 41, escreve: “Só uma coisa é sabia: conhecer o pensamento que governa tudo através de tudo”.1 Este pensamento é o Logos dirigente, princípio de inteligibilidade do Cosmos que, enquanto reino de pertença e participação do todo em tudo, identifica-se com o “relâmpago”, o “fogo” e o “Sol”2 — enquanto…

  • (Beaini1981:21-24) “Tudo o que é, todo ente, tem um ser. Pode-se assim falar do ser do homem, do animal, da planta, do mineral. Todos são; todos são entes. O que os faz ser entes não é, contudo, ele mesmo, um ente, mas o Ser. O que permite a todos os entes ser e ter um…

  • (Beaini1981:17) Ο pensamento de Martin Heidegger é essencialmente busca do sentido do ser. Nele, a Linguagem emerge como um problema de vital importância. Isto é, o sentido do ser está arraigado à Linguagem e não pode ser encontrado se estiver dela desvinculado. O autor em questão coloca, assim, a Linguagem no nível mesmo do ser.…

  • (Beaini1981) Mas é também, para Heidegger, no pensamento do Ser que o homem “alcança a sua palavra”.1 Outro círculo se anuncia: ser homem, isto é, realizar-se como “Dasein” desvelador, aceder à verdade, pensar o Ser e alcançar a palavra são movimentos entrelaçados. Percorramos este círculo. Sabe-se que o Ser não se “mostra” como tal, simplesmente…

  • (Beaini1981) A verdade se dá no processo de sua produção. Em sua proveniência essencial, ela é “aspiração” e “atração” à obra.1 Mas a “pro-dução” originária da verdade é primeiramente o movimento de “tornar presente” aquilo que é, na medida mesma em que “deixa ser” os entes e “faz advir” cada coisa na sua “espantosa realidade”.…

  • (AGLP) A suspensão da atitude natural da consciência, suspensão que também é a abertura temática do campo de seus vividos puros, ou seja, da subjetividade transcendental, afeta uma consciência que existe desde o início em primeira pessoa. A vida natural da consciência é a de “alguém” que se apreende como “Eu” 1, realizando uma experiência…

  • (Montavont1999) A vida subjetiva, a vida intencional, a vida pura, a vida do eu, a vida na forma do tempo, a vida infinita, a vida universal, a concreção da vida, o presente da vida, a vida constituinte, o fluxo da vida, a gênese da vida, a vida da consciência, a vida desperta, a vida adormecida,…

  • (Ricoeur1996) O segundo problema, a questão do preenchimento (Erfüllung), está ligado ao primeiro e representa o teste crucial para uma filosofia que coloca a intencionalidade em seu centro. Se a intencionalidade supera a mera divisão entre sujeito e objeto, deve ser absolutamente demonstrado como meu ato intencional pode ser preenchido pela doação de um objeto,…

  • (Ricoeur1996) A “síntese passiva” é um conceito que Husserl introduz para explicar o fato de que a atividade de constituição pela consciência possui uma passividade que já é permeada por alguma forma de atividade. Nesse sentido, a síntese realizada por um Ego tem, ela mesma, uma gênese. Husserl fala, portanto, de “síntese passiva” e “gênese…

  • (Levinas1967) Ir às coisas mesmas — significa, em primeiro lugar, não se limitar às palavras, que visam apenas a um real ausente. Essa imperfeição da intenção significativa — Husserl a reconhece na ambiguidade que se insinua inevitavelmente no pensamento verbal. A ambiguidade, um defeito aparentemente menor e que parece poder ser conjurado com um pouco…

  • (Ernst Tugendhat, Der Wahrheitsbegriff bei Husserl und Heidegger, 2 ed. inalterada. Berlim: Walter de Gruyter & Co., 1970, p. 1.) Em contraste com as reconstruções idealizadoras e teorizadoras exageradas a que se entregou a tradição metafísica, agora são a “práxis”, a “existência” e o “interesse” que aparecem como a característica fundamental da vida humana. Enquanto…

  • (Derrida2001) “Dizer o evento, é possível?” Então, à pergunta, o que quero responder é simplesmente “sim”. Não “sim” ao evento, “sim” dizer o evento é possível; quero dizer “sim” como um sinal de agradecimento, em primeiro lugar. A filosofia sempre se pensou a si mesma como arte, experiência, história da questão. Os filósofos, mesmo quando…

  • (Raffoul2010) O impossível torna-se a possibilidade do possível. Aqui podemos vislumbrar o pensamento renovado do possível e do impossível no pensamento de Derrida: o impossível como possível e o possível como impossível, a possibilidade do impossível. O impossível já não seria o oposto do possível, nem o limite onde o possível termina, mas, ao contrário,…

  • (Raffoul2010) Para Derrida, a relação com a aporia é o enfrentamento de uma experiência, a experiência de um limite que precisa ser suportado; como se uma aporia, longe de indicar um fechamento, representasse um limite através do qual algo se anuncia de forma afirmativa. É por isso que não se trata de “parar nela nem…

  • (Raffoul2010) O que o pensamento de Heidegger revelou em relação à responsabilidade é que ser responsável significa assumir algo inapropriável: o chamado da consciência manifesta um ser-culpado irredutível; ser propriamente si mesmo é projetar-se resolutamente em direção a esse ser-culpado; o chamado do Ereignis vem de um retraimento, indicando uma expropriação ou Enteignis no coração…

  • (Casanova2014) […] O sentido do termo história, porém, não se confunde em Heidegger com a análise metodologicamente fundada dos eventos do passado em seus traços estruturais específicos. Uma verdadeira confrontação histórica não se atém ao passado como aquilo que se encontra distante do presente e do futuro, mas se liga incessantemente àquela dimensão do passado…

  • (Casanova2014) Em nossas compreensões medianas, tendemos a pensar que o horizonte de realização da interpretação já se encontra desde o princípio dado nos textos e que a tarefa da interpretação poderia ser, com isso, reduzida ao movimento atento de acompanhamento da relação causal entre as diversas proposições aí existentes com vistas à apreensão do sentido…

  • (Casanova2014) Este é o ponto central que gostaria de acentuar uma vez mais ao final desta pequena apresentação: a interpretação heideggeriana de Nietzsche se constrói em sintonia com a sua concepção da metafísica da técnica contemporânea. Sua concepção da metafísica da técnica é a base de sustentação de afirmações tais como: a filosofia de Nietzsche…

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

Designed with WordPress