Byung-Chul Han (2021) – substituir o sujeito pelo projeto

RF: Onde está para você os grandes desafios para o pensamento?

BCH: Hoje há tantas coisas e acontecimentos que necessitam de discussão filosófica. Depressão, transparência ou mesmo Partido Pirata são problemas filosóficos para mim. Sobretudo a digitalização e a conexão digital constituem hoje uma tarefa e um desafio especial para a filosofia. Precisamos de uma nova antropologia, digital, uma teoria da percepção e do conhecimento. Precisamos de uma filosofia social e uma filosofia da cultura digitais. Há tempos que deveria ter sido feito um update digital do Ser e tempo de Heidegger.

RF: Como assim?

BCH: Heidegger substituiu o sujeito pelo “ser-aí”. Precisamos, então, substituir o sujeito pelo projeto. Não estamos mais “lançados”. Não temos “destino”. Somos projetos que projetam. A digitalização fez com que a “coisa” de Heidegger desaparecesse. Ela produz um novo ser e um novo tempo. Temos que nos arriscar mais na teoria. A filosofia acadêmica é tímida demais para isso. Queria mais coragem e atrevimento. “Espírito” significa originalmente inquietude ou comoção. A filosofia acadêmica, vista assim, não tem espírito. (ByungCIM)

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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