Borges-Duarte (2018) – Sossego e desassossego: o paradoxo do tempo vivido

Sossego e desassossego são termos que expressam formas de fazer a experiência do tempo, para além de poderem ser descritas psicologicamente como estados emocionais. Partindo da abordagem de três situações existenciais — de stress, de tédio e de gozo do momento presente — procura-se, neste trabalho, evidenciar fenomenologicamente os elementos estruturais característicos do encontro existencial com o tempo, tanto no exercício de ser-no-mundo, como no ser ou não ser senhor de si nesse exercício e na sua potencial patologia. Neste contexto, que encontra, o seu principal apoio na análise heideggeriana do ser-em; sossego e desassossego revelam o seu caráter paradoxal, na sua mútua pertença e na tensão que supõem, em cada caso. Ao mesmo tempo, com essa base, abre-se a possibilidade de compreender a serenidade em correlação com o tempo enquanto duração.