alegria

[…] [Nietzsche] toma “a alegria” (normalmente um afeto) como um “sentir-se-mais-forte”, como um sentimento inerente ao ser-para-além-de-si e ao poder-para-além-de-si:

“Sentir-se mais forte — ou, expresso de outra maneira: a alegria — sempre pressupõe uma comparação (mas não necessariamente uma comparação com outros, senão consigo mesmo, em meio a um estado de crescimento e sem que se saiba de antemão até que ponto se está comparando -).” (Vontade de poder, 917)

Aqui, tem-se em vista aquela “consciência da diferença” que não é nenhum saber no sentido da mera representação e do mero conhecimento.

A alegria não pressupõe uma comparação desprovida de saber, mas é em si um trazer-nos-até-nós-mesmos que não se perfaz de acordo com o saber, mas sim de acordo com o sentimento; e isso sob o modo de um para-fora-de-nós. A comparação não é pressuposta. Ao contrário, é só na alegria que se forma e se revela a disparidade que reside no para-além-de-si. [N1]