Sem dúvida, pertence a seu ser mais próprio dispor de uma compreensão de SI MESMO e manter-se desde sempre numa certa interpretação de seu ser. STMSC: §5
Se a presença [Dasein] se constitui onticamente pelo ser-no-mundo e se também pertence essencialmente ao seu ser uma compreensão do ser de SI MESMO, por mais indeterminada que seja, não haveria, pois, uma compreensão de mundo, uma compreensão pré-ontológica, que pudesse dispensar uma visão ontológica explícita e assim o fizesse? STMSC: §16
A presença [Dasein] nunca pode cruzar esse dis-tanciamento, a distância em que o manual está de SI MESMO. STMSC: §23
Nesse caso, o “não-eu” não diz, de forma alguma, um ente em sua essência desprovido de “eu”, mas indica um determinado modo de ser do próprio “eu” como, por exemplo, a perda de SI MESMO {CH: ou justamente também ser autenticamente próprio em oposição à egoidade indigente}. STMSC: §25
Essa preocupação que, em sua essência, diz respeito à cura propriamente dita, ou seja, a existência do outro e não a uma coisa de que se ocupa, ajuda o outro a tornar-se, em sua cura, transparente a SI MESMO e livre para ela. STMSC: §26
É essa ligação própria que possibilita a justa isenção, que libera o outro em sua liberdade para SI MESMO. STMSC: §26
A relação ontológica com os outros torna-se, pois, projeção do próprio ser para SI MESMO “num outro”. STMSC: §26
O outro é um duplo de SI MESMO. STMSC: §26
A pressuposição dessa argumentação de que o ser da presença [Dasein] é para SI MESMO o ser para um outro não é justa. STMSC: §26
O quem não é este ou aquele, nem o SI MESMO do impessoal, nem alguns e muito menos a soma de todos. STMSC: §27
Todo mundo é o outro e ninguém é SI MESMO. STMSC: §27
O si-mesmo da presença [Dasein] cotidiana é o impessoalmente-si-mesmo , que distinguimos do propriamente SI MESMO, ou seja, do SI MESMO apreendido como próprio. STMSC: §27
Numa primeira aproximação, “eu” não “sou” no sentido do propriamente SI MESMO e sim os outros nos moldes do impessoal. STMSC: §27
Através dela, esse ente (a presença [Dasein]) está junto à pre-sença [Da-sein] do mundo, fazendo-se presença [Dasein] para SI MESMO. STMSC: §28
Cresce a partir de SI MESMO como modo de ser-no-mundo. STMSC: §29
O ter medo abre esse ente no conjunto de seus perigos, no abandono a SI MESMO. STMSC: §30
Essa apreensão retira do que é projetado justamente o seu caráter de possibilidade, arrastando-o para um teor dado e referido, ao passo que, no projetar, o projeto lança previamente para SI MESMO a possibilidade como possibilidade e assim a deixa ser. STMSC: §31
Brotando de seu SI MESMO em sentido próprio, o compreender é próprio ou impróprio. “ STMSC: §31
Escolhemos esse termo para designar o “conhecimento de SI MESMO”, bem entendendo-se que não se trata de um exame perceptivo e nem tampouco da inspeção de SI MESMO como um ponto, mas de uma captação compreensiva de toda a abertura do ser-no-mundo através dos momentos essenciais de sua constituição. STMSC: §31
Desse modo, no impessoal, o compreender da presença [Dasein] não vê a SI MESMO em seus projetos, no tocante às possibilidades ontológicas autênticas. STMSC: §37
A certeza de SI MESMO e a decisão do impessoal espalham uma suficiência crescente no tocante à compreensão própria e disposta. STMSC: §38
O turbilhão também revela o caráter de mobilidade e de lance do estar-lançado que se pode impor a SI MESMO na disposição da presença [Dasein]. STMSC: §38
O ser-no-mundo, ao qual pertencem, de maneira igualmente originária, tanto o ser junto ao que está à mão quanto o ser-com os outros, é sempre em virtude de SI MESMO. STMSC: §39
Imergir no impessoal junto ao “mundo” das ocupações revela algo como uma fuga de SI MESMO da presença [Dasein], e isso enquanto seu próprio poder-ser propriamente. STMSC: §40
Esse fenômeno da fuga de SI MESMO e de sua propriedade parece ser, na verdade, o solo fenomenal menos indicado para se investigar o que haverá de seguir. STMSC: §40
Chamamos de “fuga” de SI MESMO o decair da presença [Dasein] no impessoal e no “mundo” das ocupações. STMSC: §40
Naquilo por que se angustia, a angústia abre a presença [Dasein] como ser-possível e, na verdade, como aquilo que, somente a partir de SI MESMO, pode singularizar-se na singularidade. STMSC: §40
A fuga decadente para o sentir-se em casa do que é público foge de não sentir-se em casa, isto é, da estranheza inerente à presença [Dasein] enquanto ser-no-mundo lançado para SI MESMO em seu ser. STMSC: §40
Pertence a esse ser-no-mundo, contudo, que, entregando-se à responsabilidade de SI MESMO, já se tenha lançado em um mundo. STMSC: §41
A expressão “cura de SI MESMO”, de acordo com a analogia de ocupação e preocupação, seria uma tautologia. STMSC: §41
É a própria verificação de SI MESMO que lhe assegura a sua verdade. STMSC: §44
Porque esse pressupor a SI MESMO pertence ao ser da presença [Dasein], “nós” devemos pressupor também a “nós” como algo que se determina pela abertura. STMSC: §44
Em seu amadurecimento, o fruto é não apenas não indiferente em relação à maturidade entendida como o outro de SI MESMO, mas o fruto em amadurecimento é o não amadurecimento. STMSC: §48
Numa tal fala, ele é compreendido como algo indeterminado, que deve surgir em algum lugar mas que, numa primeira aproximação, para SI MESMO, ainda-não é simplesmente dado, não constituindo, portanto, uma ameaça. STMSC: §51
O antecipar da possibilidade irremissível obriga o ente que assim antecipa a possibilidade de assumir seu próprio ser a partir de SI MESMO e para SI MESMO. STMSC: §53
A angústia, porém, é a disposição que permite que se mantenha aberta a ameaça absoluta e insistente de SI MESMO, que emerge do ser mais próprio e singular da presença [Dasein]. STMSC: §53
A passagem do impessoal, ou seja, a modificação existenciária do impessoalmente SI MESMO para o ser-si-mesmo de maneira própria deve-cumprir-se como recuperação de uma escolha. STMSC: §54
Com o seu mundo, ele é, numa primeira aproximação e na maior parte das vezes, uma presença [Dasein] para SI MESMO, e isso de tal modo que, a partir do “mundo” das ocupações, ele já abriu para SI MESMO o poder-ser. STMSC: §55
O impessoalmente SI MESMO do ser-com os outros nas ocupações é também alcançado pelo apelo. STMSC: §56
O si-mesmo, porém, é levado pelo apelo para SI MESMO, ao ser privado, na interpelação, desse refúgio e esconderijo. STMSC: §56
O impessoalmente SI MESMO é interpelado para o si-mesmo. STMSC: §56
A interpelação do si-mesmo no impessoalmente SI MESMO não o leva para um interior a fim de se trancar para o “mundo exterior”. STMSC: §56
Nada” é con-fessado para o si-mesmo interpelado, mas este é apelado para SI MESMO, ou seja, para assumir seu poder-ser mais próprio. STMSC: §56
Na consciência, os “enganos” não surgem de uma falha do apelo, mas somente do modo em que se escuta o apelo – de que, ao invés de ser propriamente compreendido, o apelo é arrastado pelo impessoalmente SI MESMO para uma conversa negociadora consigo mesmo, desviando-se, assim, de sua tendência de abertura. STMSC: §56
O caráter desse não determina-se, existencialmente, da seguinte maneira: sendo si-mesma, a presença [Dasein] é o ente que está-lançado enquanto SI MESMO. STMSC: §58
A presença [Dasein] decidida se liberta para seu mundo a partir daquilo em virtude de que o poder-ser se escolhe a SI MESMO. STMSC: §60
Ao contrário, enquanto manter-se livre na decisão para reassumir, este ter-por-verdadeiro é decidir com propriedade pela retomada de SI MESMO. STMSC: §62
A cura já abriga em si o fenômeno do si-mesmo e, caso esta tese se justifique, a expressão “cura de SI MESMO” é uma tautologia, cunhada em correspondência à preocupação enquanto cuidado com os outros. STMSC: §64
Temporalidade é o “fora de si” em si e para SI MESMO originário. STMSC: §65
Indica também que o porvir deve conquistar a SI MESMO não a partir de uma atualidade, mas a partir do porvir impróprio. STMSC: §68
O caráter de humor e afecção do medo reside em que o aguardar medroso tem medo “de SI MESMO”, isto é, em que todo ter medo de alguma coisa é um ter medo por… O seu sentido existencial e temporal constitui-se por um esquecer-se de si: qual seja, extrair-se, de forma conturbada, do poder-ser fático em sentido próprio; é nesse esquecer que o ser-no-mundo ameaçado se ocupa do que está à mão. STMSC: §68
Aquele que tem esperança carrega, por assim dizer, a SI MESMO para dentro da esperança, contrapondo-se ao que é esperado. STMSC: §68
O aguardar abdica, por assim dizer, de SI MESMO em não mais deixando que venham a si possibilidades impróprias da ocupação a partir daquilo de que se ocupa, à exceção daquelas que se oferecem para uma atualização que não se sustenta. STMSC: §68
Antes de toda interpretação “temporal”, determinou-se como cura o que ilumina essencialmente esse ente, isto é, aquilo que o torna “aberto” e também “claro” para SI MESMO. STMSC: §69
Somente este ente, transmitindo para SI MESMO a possibilidade herdada, pode assumir o seu próprio estar-lançado e ser no modo do instante para o “seu tempo”. STMSC: §74
A hermenêutica é a explicação que esse compreender dá de SI MESMO, e somente de forma derivada é que se apresenta como metodologia da historiografia. STMSC: §77
As vibrações levantadas pelo princípio excêntrico que, por mais de quatrocentos anos, fez nascer um novo tempo, me parecem ter-se tornado extremamente amplas e rasas, o conhecimento progrediu no sentido da superação dele próprio, o homem retraiu-se para tão longe de SI MESMO que não é mais capaz de ser um vendo a si. STMSC: §77
E uma reflexão sobre SI MESMO, que não se dirige a um eu abstrato mas à plenitude do meu si-mesmo, é que haverá de me encontrar historicamente determinado tal como a física me reconhece cosmologicamente determinado. STMSC: §77
Porque o dizer que interpreta alguma coisa pronuncia, conjuntamente, a SI MESMO, isto é, pronuncia o ser junto ao que está à mão, que compreende numa circunvisão e que vem ao encontro na descoberta. STMSC: §79
Mas como o que varia é este que varia, o agora também mostra a vigência contínua de SI MESMO. STMSC: §81
Ao colocar-se para SI MESMO, ele coloca a série de um após outro, em que ele se encontra, a esfera do fora-de-si que é, agora, a negação negada. STMSC: §82
Por conceito, Hegel entende não o universal intuicionado de um gênero enquanto forma do que é pensado, mas a forma do próprio pensamento que se pensa: conceber a SI MESMO (como apreensão do não-eu). STMSC: §82
Em cada passo de seu “progresso”, o espírito deve “superar a SI MESMO enquanto obstáculo verdadeiramente inimigo de sua finalidade”. STMSC: §82
O próprio desenvolvimento é “uma luta dura e infinita contra SI MESMO”. STMSC: §82
É o que anuncia a seguinte frase do capítulo final da Fenomenologia do espírito: “O tempo se manifesta, pois, como o destino e a necessidade do espírito, que em si não se completou – a necessidade de enriquecer a parte que a autoconsciência tem na consciência, o imediato do em-si – a forma em que a substância está na consciência – de pôr-se em movimento ou, ao invés, de o em-si, tomado como o interior, realizar e revelar o que é interior – ou seja, de reivindicar a certeza de SI MESMO”. STMSC: §82