Somente numa atitude artificial e complexa é que se pode “escutar” um “ruído puro”. Que escutamos primeiramente motocicletas e carros, isso constitui, porém, um testemunho fenomenal de que a presença (Dasein), enquanto ser-no-mundo, já sempre se detém junto ao que está à mão dentro do mundo e não junto a “sensações”, cujo TURBILHÃO tivesse de ser primeiro formado para propiciar o trampolim de onde o sujeito pudesse saltar para finalmente alcançar o “mundo”. Sendo, em sua essência, compreensiva, a presença (Dasein) está, desde o início, junto ao que ela compreende. STMS: §34
O modo em que a precipitação se movimenta para e, na falta de solidez do ser impróprio, no impessoal, arranca constantemente o compreender do projeto de possibilidades próprias, lançando-o numa pretensão tranquilizada de possuir ou alcançar tudo. Esse arrancar contínuo da propriedade, sempre dissimulado e junto com o lançamento no impessoal, caracterizam a mobilidade da decadência como TURBILHÃO. STMS: §38
A decadência não determina apenas existencialmente o ser-no-mundo. O TURBILHÃO também revela o caráter de mobilidade e de lance do estar-lançado que se pode impor a si mesmo na disposição da presença (Dasein). O estar-lançado não só não é um “feito pronto” como também não é um fato acabado. Pertence à facticidade da presença (Dasein) ter de permanecer em lance enquanto for o que é e, ao mesmo tempo, de estar envolta no TURBILHÃO da impropriedade do impessoal. Pertence à presença (Dasein) que, sendo, está em jogo o seu próprio ser, o estar-lançado no qual a facticidade se deixa e faz ver fenomenalmente. A presença (Dasein) existe faticamente. STMS: §38