Pois se tem de perguntar: Se o pensamento, pensando a Verdade do Ser, determina a Essência da humanitas, como ec-sistência, a partir da dependência (Zugehörigkeit) dessa para com o Ser, será que um tal pensamento permanece apenas uma representação teórica do Ser e do homem? Ou será que, desse conhecimento, se pode retirar e prescrever indicações para a vida prática?
A resposta é uma só : um tal pensamento não é nem teórico nem prático. É antes dessa distinção do teórico e prático que ele se a-propria (ereignet). Na medida em que ele é ele mesmo, um tal pensamento não é senão a memória (das Andenken) do Ser e nada mais. Pertencendo ao Ser, por ter sido lançado pelo Ser na guarda e proteção de sua Verdade e assim para ela requisitado, pensa ele o Ser. Um tal pensar não dá resultado. Não tem efeito. Ele se basta à sua Essência, sendo. Ora, ele é, dizendo a sua causa (Sache). A causa do pensamento pertence, e sempre Historicamente, um só dizer, o dizer de acordo com a Essência de sua causa (Sache). Cuja constringência, por se ater à sua causa, é Essencialmente superior à validade das ciências, por ser mais livre. Pois ele deixa o Ser — ser. [CartaH]