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  • (…) A vontade assegura seu lugar no centro do pensamento de Heidegger primeiramente em 1930, especificamente em sua afirmação da “vontade pura” como a resposta à questão da essência da liberdade humana, uma questão que se diz estar subjacente até mesmo à questão do ser (GA31:303). Essa ideia de uma vontade concreta que “realmente deseja…

  • Voltamos, então, mais uma vez, ao caráter de dupla face da vontade, a vontade como incorporação extática, mas agora com uma vantagem crítica ainda maior, pois até mesmo o momento extático é revelado como uma questão de pura extensão do poder pelo poder. A vontade é, afinal de contas, como vemos agora, uma espécie de…

  • Para Heidegger, como observamos, o pensamento “entendido da maneira tradicional, como representação, é um tipo de vontade” (G 29/58). “A representação inspeciona tudo que encontra fora de si e em referência a si mesma” (GA6T2:N2 295/219). Ao representar o mundo, a pessoa o traz para sua esfera de conhecimento e ação e, assim, o mundo…

  • A tentativa da “metafísica” de “fundamentar” os entes, de estabelecer com certeza a essência de toda a existência, ou mesmo, em última instância, de estabelecer o próprio homem, na forma do sujeito (como hypokeimenon, subiectum ou o “ego transcendental”), como o fundamento dos entes, não está alheia ao conhecimento como representação. A história da metafísica…

  • Seguindo Heidegger. Desenvolvi aqui, em um sentido amplo, o significado do termo “vontade” e, no processo, sugeri o sentido em que essa vontade é um problema. Também foi sugerido que o problema da vontade não pode ser simplesmente superado por meio do sacrilégio a uma causa maior, uma Vontade maior. O que significaria, então, ir…

  • Onde há sintonização, há a possibilidade de uma mudança na sintonização e, portanto, também de despertar a sintonização. (GA29-30:268/181) Com o termo “não-querer”, é importante, acima de tudo, não determinar demais nosso preconceito desde o início. Portanto, restringirei minhas observações aqui a uma indicação do sentido ou direção básica em que esse termo se destina.…

  • (…) A vontade fascista de Hitler e a vontade amorosa do Deus judaico-cristão não são total e essencialmente diferentes em sua espécie? A Vontade de Deus (pelo menos, alguns podem querer argumentar, como é revelada no Novo Testamento) não envolve, em última análise, o deixar-ser do perdão e da graça, e talvez até mesmo a…

  • A vontade: A “(des)sintonia fundamental” da “incorporação extática”; isto é, o comportamento básico de “ser mestre além de si mesmo”, de representar e tratar o que é diferente de si mesmo como um meio para a preservação e o aprimoramento do próprio poder. Não-querer (not-willing): A simples negação ou estado deficiente de querer; resignação passiva…

  • Em seus primeiros esforços fenomenológicos (iniciados em 1919). Heidegger tentou desenvolver uma “ciência pré-teorética” (GA56-57:63) de “intuição hermenêutica” (117) que daria acesso a uma dimensão pré-ontológica — ou o que Heidegger então chama de “o algo pré-teorético” (das vortheoretische Etwas) que é encoberto pelas categorias tradicionais e rígidas da teoria. Ao se restringir ao nível…

  • Outra afirmação crucial de Heidegger é que o ser humano — como Da-sein (literalmente “ser-aí”) — é o sítio da ocorrência do ser. Em seu pensamento posterior, Heidegger chega a dizer que os entes humanos são necessários (gebraucht) para o acontecimento apropriativo (Ereignis) que abre um mundo pleno de sentido, e é somente em tal…