Tag: Pöggeler

  • O reenvio a Husserl e a Sartre, lugar-comum na entrada “Facticidade” dos dicionários filosóficos, é errôneo, pois o uso heideggeriano é completamente diferente. Heidegger distingue a Faktizität do Dasein da Tatsächlichkeit, simples factualidade dos entes intramundanos. É no início das Ideen que Husserl define a Tatsächlichkeit dos objetos da experiência. Esses objetos, escreve ele, apresentam-se…

  • Uma aura esotérica há muito tempo paira em torno dessa obra póstuma. Anunciada como a mais importante de uma série de tratados inéditos do “segundo” Heidegger, se não como sua “verdadeira magnum opus” (O. Pöggeler) ou sua “segunda obra capital” (F.-W. von Herrmann), ela guarda os segredos de seu pensamento e fornece a chave para…

  • O mundo como o quadrinômio (Geviert) de céu e terra, deuses e mortais, não pode ser explicado a partir da perspectiva de um fundamento que se encontra fora dele; mas também não pode ser explicado por um dos momentos estruturais que se pode tirar do próprio quadrinômio, para então declará-lo como o fundamento dos outros.…

  • A forma específica de temporalidade do homem enquanto cuidado só se revela, plenamente, na morte: “o mundo do estar-aí se estrutura a partir do cuidado que tem uma forma específica de temporalidade que se manifesta na morte. Somente da morte compreende-se um poder-ser-to tal que, entretanto, nunca se realiza: ou ainda não somos totais, ou…

  • Nihilismus A primeira aplicação filosófica da palavra “niilismo” provém supostamente de Fr. H. Jacobi. Em sua carta aberta a Fichte, encontramos com frequência a palavra “nada” (Nichts). Em seguida, lemos: “Verdadeiramente, meu caro Fichte, não deve me aborrecer se o senhor, ou quem quer que seja, quiser denominar quimerismo aquilo que contrapus ao idealismo (Idealismus),…

  • When, in Being and Time, Heidegger describes human beings or “Dasein” as “being-in-the-world,” the relation between human beings and their world is not an accidental one. As Heidegger makes explicit, the world in which Dasein exists is not simply a collection of objects, but a “relational totality . . . we call significance” which is…

  • A não-filosofia não pode deixar de ser atraída de volta para a própria filosofia. Em primeiro lugar, pelo fato de ser assim chamada, ou seja, pela torção entre o que seria chamado de não-filosofia e o próprio nome. Pois ela é nomeada simplesmente por oposição; e, como resultado, o conteúdo pelo qual o nome determinaria…

  • “O Beiträge zur Philosophie (GA65) de Heidegger termina, e necessariamente, com a questão de Deus”1. Tal questão — provavelmente o fio secreto ao longo do caminho heideggeriano — é, em última análise, exigida pelo próprio ponto de virada (Kehre). De fato, a transformação para a qual o pensamento é chamado a fim de pensar o…

  • Voltemos então as duas aulas (GA60) de Fribourg sobre as quais detemos informações suficientemente conscientes. Quais são os conceitos do Novo Testamento que interessam então Heidegger, e no que se torna esse interesse na obra posterior? A maior parte da aula de 1920 é consagrada a meditar duas epístolas de São Paulo: a Primeira aos…

  • O Erörterung apresenta várias características paralelas às do Ort. Já notámos na anterioridade do local, em relação a tudo aquilo que concede: o local e a origem, o aquilo a partir de onde. De facto, o primeiro traço da situação, será que ela se orienta para a condição de possibilidade. Essa linguagem — marcada pelo…