Tag: perceptio
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E a questão da natureza do aparecer volta a ser outra, quando partimos do homem que atua praticamente no seu trabalho (werktätig), do homem que não deixa a natureza em paz, tirando dela apenas o que ela oferece de si mesma — que, em vez disso, modifica constantemente o mundo circundante, cobrindo a terra com…
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(…) A fenomenologia, como movimento filosófico deste século, fez questão de desmascarar os “pseudo-problemas” nas questões enigmáticas (Vexierfragen) do pensamento e de conduzir as questões genuínas e sensatas, pelo menos, pelo caminho da resolução futura. Distancia-se explicitamente da dialética, de um modo de pensar que apoia a contradição, que admite a “força incrível do negativo”…
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A riqueza do pensamento husserliano reside aqui no modo como repensa a distinção entre interior e exterior — e, portanto, entre imanência e transcendência — não como uma distinção “metafísica”, mas como uma distinção fenomenológica interna ao corpo-da-carne (Leib). É um Leib interno que se exterioriza no que é ainda um Leib externo, e não…
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Se o homem é entendido fundamentalmente como ser-no-mundo ou como fenômeno-do-mundo, então o seu Leib, isto é, o seu “corpo vivido”, o seu “corpo animado” ou o seu “corpo de carne” (onde “carne” deve ser entendido no sentido em que Merleau-Ponty o entendeu em Le visible et l’invisible : A partir de agora, utilizaremos esta…
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Resumamos por agora: partimos da deliberação de que a percepção não significa registrar imagens passivamente numa consciência de outro mundo. Toda a percepção é muito mais incorporada: baseia-se na interação sensório-motora com as coisas, na prática corporal concreta. Foi ainda demonstrado que o sujeito da percepção se estende ao longo do espaço corporal, e isto…
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O último corolário do teorema da intencionalidade é a noção fenomenológica de corpo próprio ou, na linguagem dos últimos escritos de Merleau-Ponty, a noção de carne. Quando se pergunta como é possível que um sentido exista sem ser consciente, o fenomenólogo responde: o seu modo de ser é o do corpo, que não é nem…
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Há muito tempo que nós, ocidentais, pensamos na memória como uma espécie de tipografia em que os vestígios de pessoas, lugares e coisas são gravados ou “dactilografados” na tábua de cera da mente. Mesmo depois de passado o momento da percepção, esses caracteres ou tipos perduram como traços de memória. A sua própria persistência implica…