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O “cogito” O caminho de um incontrastável ponto de partida para a “ciência admirável”, que há de conter a verdade e a certeza, leva Descartes à necessidade da dúvida metódica. Tudo o que, de qualquer modo, pode ser sujeito a dúvidas, será posto entre parênteses, o que não quer dizer que Descartes seja cético ou…
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A fenomenologia denomina o sujeito-como-cogito, o conhecimento humano, “intencionalidade”.1 Quando Husserl usou esse termo pela primeira vez,2 referiu-se expressamente a Brentano.3 O certo, porém, é que Husserl não tomou de Brentano senão a palavra, visto que lhe deu um significado inteiramente diverso do que o de Brentano. Na escolástica também ocorre a “intencionalidade”, empregada para…
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Anteriormente expusemos como se chegou, desde Descartes, a admitir, qual evidência subentendida, em toda a filosofia, que o conhecimento é uma representação, tomando-se o sistema das ciências naturais pelo sistema por excelência da representação objetiva. Essa concepção do conhecimento foi também o resultado da epistemologia de Locke, embora tenha partido de um ponto radicalmente diverso…
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Que é “propriamente” saber o que é conhecimento, sem que eu possa dizê-lo ? Este saber é estar na presença do (88) homem cognoscente que sou. Conheço árvores, casas, pessoas, mas é como se nisso “deixasse” em primeira instância meu próprio conhecimento. Quando um psicólogo procura conhecer o semelhante que se volta a ele, o…
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LUIJPEN, W.. Introdução à Fenomenologia Existencial. São Paulo: EDUSP, 1973 A fenomenologia denomina o sujeito-como-cogito, o conhecimento humano, “intencionalidade”.1 Quando Husserl usou esse termo pela primeira vez,2 referiu-se expressamente a Brentano.3 O certo, porém, é que Husserl não tomou de Brentano senão a palavra, visto que lhe deu um significado inteiramente diverso do que o…
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Os que se dedicam às ciências positivas zombam do filósofo. Por isso, o filósofo pode ser tentado a demonstrar a utilidade da filosofia.1 Mas em vão.2 Com efeito, como os que não veem o significado do filosofar compreenderiam com o termo “utilidade” outra coisa senão a utilidade que experimentam no exercício de suas várias ciências…
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Há vinte e cinco séculos se filosofou e o resultado foi o surgimento de inumeráveis sistemas contraditórios. Conquanto o pensamento filosófico seja muito mais antigo do que a ciência positiva que conhecemos hoje, não há nem sequer um reduzido número de proposições sobre as quais os filósofos estejam de acordo.1 Pode-se mesmo dizer que talvez…
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Hume jamais quis saber das ideias inatas: para ele, todo conhecimento é conhecimento da experiência sensitiva e começa com simples impressões.1 Nunca pensou, tampouco, num cogito ativo; o cognoscente é puramente passivo, simples “receptor” de impressões, que são como “mensagens” ou “comunicações” de um mundo em que o cognoscente não vive. Se perguntarmos o que…
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A intenção de Husserl com a fenomenologia foi sempre a de encontrar uma base, um fundamento, para qualquer enunciado das ciências positivas. Esse desiderato implica a convicção de que as afirmações das ciências precisam de um fundamento, ou seja, que não o possuem em si mesmas. Tal coisa não quer dizer, para Husserl, que as…
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Uma vez vista a unidade original da estrutura figura-horizonte, dada na percepção, compreende-se sem dificuldade que a explicação psicológica da percepção pelos adeptos da psicologia de elementos não faz justiça a esse fenômeno como ocorre realmente. Tais psicólogos admitem que a percepção é construída de sensações elementares, insulares e punctiformes, causadas por estímulos físico-químicos. Esta…