Tag: Kant
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O nosso conhecimento provém de duas fontes fundamentais do espírito, das quais a primeira consiste em receber as representações (a receptividade das impressões) e a segunda é a capacidade de conhecer um objeto mediante estas representações (espontaneidade dos conceitos); pela primeira é-nos dado um objeto; pela segunda é pensado em relação com aquela representação (como…
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O “eu” é uma mera consciência que acompanha todos os conceitos. Com ela “não se representa nada mais do que um sujeito transcendental dos pensamentos”. A “consciência não é em si tanto uma representação… mas uma forma dela em geral”1. O “eu penso” é “a forma da percepção inerente a toda experiência e que a…
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(…) não estou querendo dizer que Kant, pelo breve tempo de vida que lhe restava, falhou em escrever a “quarta Crítica”, mas, antes, que a terceira Crítica, a Crítica do juízo — que, diferentemente da Crítica da razão prática, foi escrita espontaneamente e não, como a Crítica da razão prática, em resposta a observações críticas,…
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No século XX, imaginamos que alcançamos uma ciência da mente ao demonstrar que a mente funciona como um computador; o século XIX investiu sua esperança de uma ciência da mente impecável na analogia com a máquina a vapor (como se sonha com um modelo termodinâmico e hidráulico do inconsciente); o século XVIII investiu essa esperança…
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Para o conteúdo da palavra “formação”, que nos é familiar, a primeira importante constatação é a de que o antigo conceito de uma “formação natural”, que se refere à aparência externa (a formação dos membros, uma figura bem formada), e sobretudo à configuração produzida pela natureza (p. ex., “formação de montanha”), foi naquela época quase…
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Nisto há algo que perfaz seu status e que o distingue face ao neokantismo, que, por seu turno, procurava incluir as ciências do espírito na renovação da filosofia crítica. Ele não esquece que a experiência é, nesse terreno, algo fundamentalmente diferente que no âmbito do conhecimento da natureza. No âmbito do conhecimento da natureza trata-se…
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Mas o que não pôde satisfazer a Dilthey foi a mera remodelação dessa construção e sua transposição ao terreno do conhecimento histórico , empreendida pelo neokantismo por exemplo, sob a forma da filosofia dos valores. O próprio criticismo neokantiano lhe parecia dogmático, e nisso ele tinha razão, como quando chamou o empirismo inglês de dogmático.…
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Isso virá a ser bastante palpável num segundo testemunho, em que Dilthey se refere à independência dos métodos das ciências do espírito e fundamenta-os levando em consideração o seu objeto. Uma tal referência soa, de início, bem aristotélica e poderia gerar uma genuína substituição do modelo das ciências da natureza. No entanto, no que diz…
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O aspecto crítico dessa ideia não era, certamente, totalmente novo. Sob a forma de uma crítica ao idealismo, esse aspecto já havia sido pensado pelos neo-hegelianos, e, nesse sentido, não é por acaso que tanto os demais críticos do idealismo neokantiano como o próprio Heidegger acolham nesse momento um Kierkegaard procedente da crise espiritual do…
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(…) Qual é, então, a faculdade originária que desdobra o horizonte ontológico que torna possível toda a manifestação ôntica, que forma, como diz Heidegger, o campo da nossa “abertura” ao ente enquanto tal? Para descobrir este fundamento primário, temos de nos elevar a partir das condições a priori de todo o conhecimento, entrando na interação…