Tag: Genitiv

  • Heidegger aproximou várias vezes o pensamento do Ereignis ao Absoluto hegeliano. Essa aproximação — indício, certamente, de uma vizinhança que para o próprio autor constituía um problema — tem sempre a forma de um distanciamento que tende a sublinhar as diferenças, mais do que os traços comuns. Já no curso de 1936 sobre Schelling, Heidegger…

  • Experimentemos agora pensar o Ereignis do ponto de vista da linguagem, como palavra as-sue-ta (as-sue-fatta), reconduzida a seu próprio. O que pode ser, nesse sentido, uma linguagem em que o destinante já não se subtrai no que é destinado senão uma linguagem em que o dizer já não se esconde no que é dito, em…

  • O obra que assim começa em 1927 compreende em seu desenvolvimento estágios: 1) A primeira é Sein und Zelt, na qual o elemento decisivo é que aquilo que os gregos, sem explicação, nomearam e vivenciaram como παρουσία é interpretado em sua ressonância temporal, ao passo que os gregos em nenhum momento consideraram digno de questionamento…

  • Aqui a antinomia entre Parmênides e Heráclito desaparece. Embora sejam diferentes, os dois Grandes estão no mesmo ponto. Tudo flui, pensa um deles, mesmo que a fórmula não seja dele, mas ele nos diz que a permanência do rio é tão importante quanto o fluxo da água. O sol nasce de novo todas as manhãs,…

  • Quanto ao caráter de acontecimento (Ereignis) do ser, numa anotação à margem da palavra ereignet utilizada na passagem acima citada da Carta sobre o “Humanismo”, adverte que Ereignis indica o “acontecimento da apropriação do ser e do homem” e tem sido “desde 1936 [ano em que começou a escrever as suas Contribuições à Filosofia] a…

  • Do eterno retorno, e do princípio segundo o qual o orgânico é apenas um caso particular do inorgânico, Nietzsche tira a seguinte conclusão: “A matéria inorgânica, embora na maioria das vezes fosse orgânica, não aprende nada, está sempre sem passado! Se fosse de outra forma, nunca poderia haver repetição – porque, da matéria, sempre nasceria…

  • Daí procede a muito marcante consciência que possui a filosofia dos nossos dias. Mas há uma outra pergunta, bem diferente: até que ponto a reivindicação da verdade de tais formas de conhecimento, situadas fora do âmbito da ciência, podem ser filosoficamente legitimadas? A atualidade do fenômeno hermenêutico repousa, ao meu ver, no fato de que…

  • Portanto, esses estudos sobre hermenêutica procuram demonstrar a partir da experiência da arte e da tradição histórica, o fenômeno da hermenêutica em toda a sua envergadura. Importa reconhecer nele uma experiência da verdade, que não terá de ser apenas justificada filosoficamente, mas que é, ela mesma, uma forma de filosofar. A hermenêutica que se vai…

  • A história é, realmente, uma fonte de verdade diferente do (29) que a razão teorética. Já Cícero tinha isso em vista, quando a denomina de vita memoriae. Seu direito próprio repousa no fato de que as paixões humanas não podem ser regidas através de prescrições genéricas da razão. Mais do que isso, para tanto são…

  • Mas o preço que ele paga, por essa justificação da crítica no terreno do gosto, reside em que nega ao gosto qualquer significado cognocitivo. E um princípio subjetivo, ao qual ele reduz o senso comum. Nele nada se reconhece dos objetos que vêm a ser julgados de belos, apenas se afirma, porém, que a eles…