Tag: Gaboriau

  • Jamais eliminaremos esse privilégio do homem (o questionar), que o torna um “metafísico” em princípio, que é a própria metafísica em princípio. O ponto de partida está garantido, porque o homem sempre terá o poder de duvidar e, portanto, de questionar. Pois questionar é duvidar. Mas de quê? Dúvida sobre o “real”, dúvida sobre a…

  • Martin Heidegger (nascido em 1889) também começou rejeitando a subjetividade absoluta de Husserl; ele exigiu uma saída imediata do “eu”, de cada “eu” que eu mesmo sou. Por outro lado, o que ele define como “Da-sein” aparece para ele como uma essência assombrada, antes de tudo, pela atividade e pela dominação a serem estabelecidas sobre…

  • Um esclarecimento metodológico parece-me crucial aqui, — em relação ao que podemos ler de M. Heidegger em Was ist Metaphysik (GA9) e Einführung in die Metaphysik (GA40). De acordo com ele, a questão primordial deve ser tirada de Leibnitz (Princípios da Natureza e da Graça, Opp. ed. Gern. tom. VI, 602, n. 7): por que…

  • Além de Hegel, Heidegger leva sua inspiração de volta à filosofia grega primitiva. A existência do homem, que vimos determinar tudo, agora se encontra como “ek-existência”, colocada, alojada em um todo que a transborda e que é chamado de “ser” (Sein, fato de ser, ato de ser). Situado como tal, além de todas as determinações,…

  • A concepção de “Dasein”, ou seja, do homem, da qual a análise parte, é definida em sua generalidade pelo fato de “ser-no-mundo”. E o “mundo” deve ser entendido, como em Husserl, no sentido do horizonte de significação — um horizonte que o “Dasein” já projetou para além do “ser”, porque esse projeto prévio é, em…

  • Conectado ao ser dessa forma, desde o início e em seu primeiro movimento, o ego questiona. Primeiro, ele questiona os fenômenos. Pois é aí que o ser aparece manifestamente para mim. Só posso ter certeza da solidez dessa aparência examinando — em todas as suas formas — a manifestação, a fenomenalidade. Questionar os fenômenos, então,…

  • Concluamos com uma longa e luminosa citação, do que M. Merleau-Ponty considera “o verdadeiro Cogito inicial”, e também a “situação inicial, constante e final” da exploração filosófica: O Cogito até agora desvalorizava a percepção dos outros, ensinava-me que o eu é acessível apenas a si mesmo, já que me definia pelo pensamento que tenho de…

  • Somos no mundo, ou seja: as coisas tomam forma, um imenso indivíduo se afirma, cada existência compreende a si mesma e às outras. Tudo o que temos a fazer é reconhecer esses fenômenos, que formam a base de todas as nossas certezas 1. Esse ponto de partida permite que Merleau-Ponty descarte desde o início o…

  • Na vida do conhecimento, tudo começa com a experiência, tudo o que leva à técnica e à ciência; mas, precisamente porque tudo vem da experiência, a experiência não é o ponto de partida específico da metafísica. Na medida em que a metafísica tem de fornecer um fundamento para as outras, ela tem de se controlar…

  • Si la Métaphysique est aussi une « philosophie de la religion », si du moins elle consiste à « vérifier » tout ce qui se dit, pour le passer au crible du réel, rien de ce qui s’écrit, — y compris dans les livres sacrés d’une sagesse comme celle de l’Évangile, — ne saurait laisser…