Tag: Figal

  • No entanto, também há uma experiência de constância na chegada e no ir embora: a repetição. Parece claro o que isto significa: algo acontece que já aconteceu uma vez ou várias vezes. Por exemplo, um dia começa uma vez mais e fazemos novamente o mesmo que tínhamos feito nos dias anteriores. Aqui, algo se repete,…

  • Husserl toma o fato de os processos mentais que possuem o caráter de intencionalidade poderem se tornar eles mesmos tema do pensamento como um ensejo para tomar a consciência como um “ser imanente”1 e para cindi-la do que não é consciência. Mediante a reflexão acerca dos processos mentais em sua intencionalidade, esses processos não se…

  • A filosofia prática já está em jogo como modelo, no momento em que Heidegger caracteriza a hermenêutica da facticidade como “o ser desperto do ser-aí para si mesmo”1. Esse pensamento pode ser acompanhado retrospectivamente até Sócrates e sua sentença fundamental “cuida de ti mesmo”. Se a mensagem é não se preocupar com aquilo que pertence…

  • O próprio Heidegger não utiliza o termo “responsabilidade” no contexto atual [da culpa, Ser e Tempo §58 (ET58)]; e, mesmo em ST, só o utiliza uma vez, a saber, em meio à análise do impessoal (ST, 127). Exatamente isso, contudo, justifica interpretar o “ser-fundamento de…” como responsabilidade. A exortação inerente ao clamor da consciência (Stimme…

  • (…) Por si só, o fato de, em razão da inevitabilidade de determinados comportamentos (Verhalt) e de determinados projetos (Entwurf), algo assim como uma inocência própria no ser-aí ser impossível poderia ser certamente elucidativo. De outra maneira, Heidegger não poderia absolutamente falar de um ser culpado (Schuldigsein) originário e dizer que, por meio do clamor…

  • De início, porém, com o discurso sobre a hermenêutica da facticidade, o que se designa para Gadamer é a virada decisiva de Heidegger contra a fenomenologia de Husserl. Com o seu título programático, Heidegger contrapôs a essa fenomenologia uma “exigência paradoxal”: “A facticidade impassível de ser fundamentada e derivada que é própria ao ser-aí, a…

  • Tem-se mais uma vez presente que, com aquilo que a cada vez lidamos, sempre há uma conexão (Zusammenhang) com o que não lidamos e, justamente por isso, é possível dizer que, no mundo, somos de modos determinados, mas que nessa determinidade também está em jogo uma indeterminidade: àquilo que deixamos sossegado nunca pode receber plenamente…

  • Se quisermos compreender o que Heidegger tem em vista com a expressão “ser-no-mundo”, nos veremos inicialmente remetidos para a sua explicação do “em” presente nessa fórmula. Tal como Heidegger quer mostrar em articulação com uma derivação etimológica de J. Grimm: “Em” (In) não possui originariamente nenhuma significação espacial, mas “provém de innan-, morar, habitare, manter-se;…

  • Uma vez que as tonalidades afetivas (Stimmung) tornam manifesta a inacessibilidade do comportamento (Verhalt), elas mostram a “abertura de mundo do ser-aí” (Weltoffenheit des Daseins) (ST, 137). “Abertura de mundo” não pode significar nesse caso que o “ser-aí” está aberto para um mundo ou em vista de um mundo. Se se dissesse isso, então ter-se-ia…

  • Heidegger chega ao conceito do “ser culpado originário” (Schuldigsein) na medida em que analisa mais exatamente a determinação formal da culpa (Schuld). “Na ideia de (225) ‘culpado’” (Schuldig) reside “o caráter do não” (Charakter des Nicht) (ST, 283). Juntamente com a característica anteriormente já trabalhada em meio à análise da culpa, esse caráter conduz do…