Tag: Europa

  • Condensemos as ideias fundamentais das nossas explanações: a hoje em dia tão falada “crise da existência europeia”, documentando- se em inumeráveis sintomas de desagregação da vida, não é nenhum destino obscuro, nenhuma fatalidade impenetrável, mas torna- se compreensível a partir do piano de fundo da teleologia da história europeia (51), que pode ser filosoficamente descoberta.…

  • As reflexões precedentes sobre a Filosofia do Espírito fornecem-nos a atitude correta para captar e tratar o nosso tema da Europa espiritual como um problema puro das Ciências do Espírito, desde logo, por conseguinte, histórico-espiritualmente. Tal como foi dito desde logo nas palavras introdutórias, por este caminho deve tornar-se visível uma assinalável teleologia, inata, por…

  • Mas se a metafísica começa com Platão, ela chega ao seu termo no subjetivismo de Descartes e em todo o período moderno. Com a liberação do homem para si mesmo que caracteriza a época, Descartes busca algum fundamentum inconcussum veritatis, pelo qual o próprio homem possa se tornar o árbitro de sua própria verdade. A…

  • No final de sua vida, Heidegger pronunciou várias vezes a frase “Nur ein Gott kann uns retten” (Somente um deus pode nos salvar). Pensei sobre o significado dessa frase por um longo tempo. Acho que primeiro devemos observar várias coisas: 1. Um Deus desconhecido, que ainda está por vir. 2. Esse Deus nos salvaria. À…

  • Certamente, tudo isso poderá transformar-se numa “vivência” para nós. Essa autocompreensão estética está sempre disponível. Mas a gente não pode deixar-se iludir pelo fato de que a própria obra de arte que, desse modo, torna-se para nós uma vivência, não foi destinada para uma tal concepção. Nossos conceitos de valor sobre o gênio e a…

  • Se retivermos isso, já não poderemos continuar confundindo a objetividade (Sachlichkeit) da linguagem com a objetividade (Objektivität) da ciência. A distância inerente à relação linguística para com o mundo não proporciona, por si mesma, e enquanto tal, esse outro gênero de objetividade que produzem as ciências naturais, eliminando os elementos subjetivos do conhecer. A distância…

  • Mas o que não pôde satisfazer a Dilthey foi a mera remodelação dessa construção e sua transposição ao terreno do conhecimento histórico , empreendida pelo neokantismo por exemplo, sob a forma da filosofia dos valores. O próprio criticismo neokantiano lhe parecia dogmático, e nisso ele tinha razão, como quando chamou o empirismo inglês de dogmático.…

  • Nisto há algo que perfaz seu status e que o distingue face ao neokantismo, que, por seu turno, procurava incluir as ciências do espírito na renovação da filosofia crítica. Ele não esquece que a experiência é, nesse terreno, algo fundamentalmente diferente que no âmbito do conhecimento da natureza. No âmbito do conhecimento da natureza trata-se…

  • Pela primeira vez levanta-se a questão da ordem mundial. Não se trata mais de reconhecer uma ordem instituída, mas planejar e criar uma ordem não instituída. Há que se perguntar se é uma problemática correta: assumir que algo que ainda não existe deva ser planejado e criado. Sabemos que, mesmo sendo desejo de todos, não…

  • Apesar disso, encontramos aí uma pressuposição questionável: a impossibilidade de desvincular o aspecto econômico do político. Será que assim como podemos falar de um estado de desordem econômica e ordem racional da economia mundial, também podemos determinar o estado de desordem política, cuja superação nos permitiria conceber racionalmente o conceito de ordem política? Podemos dizer…