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  • O estudo das palavras pode constituir um modesto ponto de partida para quem procura o conceito de ser-no-mundo, mas que pode evitar perder-se em especulações fúteis. Encontramos no helenismo a frase “eu sou / nós somos no mundo”? Para responder a esta pergunta, examinemos os elementos, porque para podermos responder afirmativamente, o mundo deve primeiro…

  • (…) A intencionalidade é a palavra-chave de Husserl para a relação sujeito-objeto. Por mais concreta que seja a dimensão desta relação, por mais diferenciada que seja a forma como é utilizada, nunca é a única forma de ser. O mundo é mais original do que qualquer ser, qualquer objeto ou sujeito. O pensamento é, na…

  • A expressão não conduz à dissolução da Natureza na transparência do Espírito, mas escava novas dimensões no mundo, fazendo recuar um pouco mais a sua opacidade e profundidade constitutivas: porque nasce de uma palavra, o sentido está ainda envolvido por aquilo que pretende envolver. Não podemos, portanto, subordinar a expressão a uma consciência que, nela,…

  • A ideia do Bem deu origem a numerosas exegeses por parte dos comentadores. Assim, “na era cristã”, diz-nos Heidegger, “o ἀγαθόν de Platão foi interpretado no sentido do summum bonum, ou seja, como Deus criador”. Esta assimilação do ἀγαθόν platônico ao Deus dos cristãos é, de fato, bastante abusiva, e por uma razão essencial. Pois,…

  • A Terra é mais antiga que Adão, mais antiga que a História. E, no entanto, a Terra não é “pura Natureza”. Embora apareça na epoche e na clareira do ser como todo ente, não se reduz a um ente nem sequer ao epocal, mas retém-se a si mesma, como ser, conservando assim uma dimensão extra-epocal.…

  • Tanto a ontologia, como a lógica tradicional aparecem questionáveis a partir da hermenêutica do eis-aí-ser. A lógica ocidental revela-se como algo secundário em relação à experiência originária da verdade do ser no “logos” do eis-aí-ser, pois parte da diferença do dizer e do ser 1 do “logos” (sentença) e do presente (Das Vorliegende), sem ser…

  • Enquanto trabalho filosófico de luto, o esboço de Patocka [“Phénoménologie de la vie après la mort”] antecipa as reflexões de Jacques Derrida sobre o funcionamento da memória em relação aos mortos nas suas Mémoirs for Paul de Man (1987). Aí, Derrida também tenta articular a experiência peculiar e, em última análise, paradoxal do que significa…

  • As palestras que Levinas apresentou como seu último curso na Sorbonne em 1975 e que foram publicadas em 1993 como Deus, Morte e Tempo também fornecem um contexto importante para a forma como este tema foi desenvolvido por Derrida.1. Através de uma leitura crítica pormenorizada da análise da morte feita por Heidegger em Ser e…

  • O ápice do pensamento grego é atingido na tematização de Aristóteles do Ser como energeia no sentido de emergência no ergon. Ergon não significa “trabalho” como o efeito da produção técnica, mas antes aquilo que se moveu para a presença não velada do seu eidos. A actualitas latina, no entanto, lê o ergon da energeia…

  • A animalidade do homem (ζῷον, animal) conquista agora a sua vitória; o que não significa que agora tudo é pensado “animalescamente”. Por ser inequivocamente tosco, algo deste gênero também permaneceria inofensivo. Dizer que a animalidade vence significa: “corpo vital” e “alma” como as determinações iniciais e constantes (como quer que venhamos a concebê-las) do animalesco…