Tag: Boutot
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A temporalidade intrínseca do ser do ente que nós somos requer ser confirmada no contato com a realidade concreta do ser-aí, aquilo a que Heidegger se dedica nos três últimos capítulos da segunda seção de O Ser e o Tempo (GA2), onde ele deduz sucessivamente a quotidianidade, a historicidade e a intratemporalidade da temporalidade existenciária…
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Heidegger chama à análise preliminar do ser-aí «a analítica existenciária». O ser-aí possui, com efeito, um modo de ser original que o distingue de todos os outros entes. De forma diferente dos seres inanimados, das coisas materiais, ou mesmo dos outros seres vivos que estão sempre «indiferentes» ao seu ser, o ser-aí reporta-se sempre ao…
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O ente, porém, recobre várias coisas, pois tudo o que é dele faz parte. Convém então determinar com precisão qual é o ente que deve servir de fio condutor à questão do ser. A escolha de Heidegger assenta no ente que põe a questão do ser, quer dizer sobre o ente que nós próprios somos,…
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Os comentadores distinguem habitualmente dois períodos na obra de Heidegger, separados por aquilo a que chamamos, de acordo com o próprio Heidegger, a viragem (die Kehre): a procura do sentido do ser, caraterística da época de O Ser e o Tempo, cede o lugar, a partir dos anos 30, a uma meditação sobre a verdade…
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O ponto de partida da analítica existenciária é uma estrutura fundamental do ser aí: «o ser-ao-mundo» ou o «ser-no-mundo» (In-der-Welt-sein). O ser-no-mundo designa um fenômeno unitário que comporta uma pluralidade de momentos estruturais indissoluvelmente ligados: o mundo, o ente que está no mundo e o ser em… que Heidegger examina sucessivamente. Dizer que o ser-aí…