Enquanto Kant, em seu trabalho pré-critico, se satisfaz ainda em dizer que ser e existência, em sua relação com as capacidades do entendimento, não podem ser explicadas mais amplamente, chegou, pela Crítica da Razão Pura, não apenas a clarificar mais especialmente os poderes do entendimento, mas ainda, a explicar a própria possibilidade do entendimento a partir de seu fundamento. Neste retorno ao lugar da possibilidade do entendimento, neste passo decisivo da reflexão pré-critica para dentro do questionamento critico, uma coisa, entretanto, émantida. É o fio condutor ao qual Kant permanece fiel na colocação e elucidação de sua tese sobre o ser- a saber, que o ser e suas modalidades devem deixar-se determinar a partir de sua relação com o entendimento. MHeidegger: A TESE DE KANT SOBRE O SER
Kant dá o nome de filosofia transcendental à ontologia transformada em conseqüência da crítica da razão pura, e que reflete sobre o ser do ente enquanto objetividade do objeto da experiência. Ela se fundamenta na lógica. Esta lógica, porém, não é mais a lógica formal, mas a lógica determinada a partir da unidade originária sintética da apercepção transcendental. É numa tal lógica que se fundamenta a ontologia. Isto confirma o que já dissemos: ser e existência se determinam a partir da relação com o uso do entendimento. MHeidegger: A TESE DE KANT SOBRE O SER