ser-ausente

Weg-sein

O SER-AUSENTE também pode ser visado ainda em outro sentido não menos essencial. Se o ser-aí é experimentado justamente como o fundamento criador do ser do homem e se, com isso, ele chega a saber que o ser-aí é apenas instante e história, então o ser humano habitual precisa ser determinado a partir daí como SER-AUSENTE. Ele está “ausente” da constância do aí e completamente apenas junto ao ente como o presente à vista (esquecimento do ser). O homem é o ausente. [tr. Casanova; GA65: 201]

SER-AUSENTE é o título originário para a impropriedade do ser-aí. [tr. Casanova; GA65: 201]

SER-AUSENTE, esse modo visto a partir do “aí” e pertencente a ele do exercício com o presente à vista. [tr. Casanova; GA65: 201]

Pertence ao aí como o seu extremo aquele velamento em seu mais próprio aberto, o ausente, ele tem como sua constante possibilidade o SER-AUSENTE; o homem conhece isso nas diversas figuras da morte. Onde, porém, o ser-aí deve ser pela primeira vez concebido, a morte precisa ser determinada como a possibilidade extrema do aí. Caso se fale aqui de “fim” e caso se delimite com toda agudeza todo e qualquer tipo de presença à vista, então “fim” nunca pode ter em vista aqui a mera interrupção e o mero desaparecimento de algo presente à vista. Se tempo, precisamente como temporalidade, é arrebatamento extasiante, então “fim” significa aqui um não e algo diverso desse arrebatamento extasiante, um completo tresloucamento do aí enquanto tal no “ausente”. E ausente não significa, por sua vez, o “que foi embora” característico do mero desparecimento de algo que se encontrava antes presente à vista, mas aponta para o completamente outro do aí, completamente velado para nós, mas pertencente nesse velamento essencialmente ao aí e subsistente de maneira concomitante na insistência do ser-aí. Como o que há de mais extremo no aí, a morte é ao mesmo tempo o mais íntimo de sua transformação possível completa. E nisso reside ao mesmo tempo a indicação para a mais profunda essência do nada. Só o entendimento comum, que está conectado com o ente presente à vista como o unicamente ente, é que pensa também o nada de modo vulgar. Ele não tem a menor ideia da ligação íntima entre o ausente e o tresloucamento de todo ente em seu pertencimento ao aí. O que se encontra aqui como o velamento mais próprio em meio ao aí, a ligação alternante do aí com o caminho voltado para ele, é o reflexo da viragem na essência do próprio ser. Quanto mais originariamente o ser é experimentado em sua verdade, tanto mais profundo é o nada como o abismo à margem do fundamento. Com certeza, é confortável explicar o que foi dito sobre a morte a partir das representações cotidianas não colocadas à prova sobre “fim” e “nada”, ao invés de, ao contrário, aprender a pressentir como é que, com a vinculação avalizada de acordo com o arrebatamento extasiante da morte no aí, a essência de “fim” e de “nada” precisa se modificar. [tr. Casanova; GA65: 202]