EXPOSIÇÃO SINTÉTICA
Diz-se que é um, o que é individual in se (em si).
1) Diz-se que é unidade a forma lógica 2) também o caráter do que é um.
O Um tem um grande papel no pitagorismo e no neopitagorismo.
Aqui, a unidade é expressão da perfeição: reduzem os pitagóricos a multiplicidade do real a uma unidade de espécie superior.
Para eles, o Um é oposição entre o limite e o ilimitado; a unidade serve de momento de tensão e, por sua vez, de aproximação de dois gêneros de realidade: 1) a que se perde no contorno do indeterminado; 2) o limite e a medida.
Para os platônicos, Um, como Bem, é a culminação dá hierarquia das idéias.
Para Plotino, o Um é a hipóstase originária, a primeira e superior realidade, que tem em si mesma seu haver (distinga-se” de ter), como substância, que não se deve confundir com o
Todo (conjunto das realidades).
Para Plotino, o principio é diferente do principiado (este decorre daquele).
O ser, para ele (como um) não é nenhum dos seres (entes);
é anterior a todos, no duplo sentido de ser começo e de ser fundamento.
Assim Um, fonte de toda emanação, origem da Alma, não é um perpétuo fazer-se, mas um ser já feito, que representa, ao mesmo tempo, principio e recapitulação das coisas.
Os seres, que virão, ele (um) já os contém. O um é base, origem, e finalidade de tudo. É “tudo e nada”. Não é “isto” nem “aquilo”.
Em suma: o ser (ontologicamente) é um; ônticamente, no devir, múltiplo.
Do ser, não se pode deixar de predicar univocamente a unidade como Um (unidade perfeita).
Quando predico o ser a alguma coisa e a outras coisas, predico sempre o mesmo (univocidade do ser), mas ônticamente o ser é equívoco, pois o ser deste objeto é diferente do ser daquele outro (um livro e uma estante).
A todo ente (ôntico) predico o ser. O ser deste ente, não é, como ser ontológico, diferente do ser daquele ente.
O ser é, ontologicamente, unívoco, embora ônticamente, na presencialidade do devir, diferente, por isso é análogo como veremos.
A unidade também pode ser compreendida como tensão (harmonia que dá coerência, coesão aos entes).
Neste caso, temos a unidade do ente (que hibridamente é ato e potência), ou seja, a unidade imperfeita.
O que expomos sinteticamente aqui exigirá posteriores análises.